sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DEUS QUER QUE SEJAMOS DIFERENTES, NÃO ESQUISITOS



Luiz Sayão

Há alguns anos, no interior do estado do Tocantins, aproximei-me de um senhor e puxei conversa com o cidadão de média estatura, moreno e já passado dos 40 anos de idade. Procurando compartilhar com ele o evangelho, comecei a falar do amor de Deus, da pessoa de Cristo, do plano de salvação, quando ele me interrompeu e me encarou, e, carrancudo, perguntou-me: “Você é crente?”. E logo depois de minha resposta afirmativa, ele prosseguiu: “Mas, você bebe café?”. Quando respondi que sim, o homem esbravejou: “Então você não é crente coisa nenhuma, porque o crente que é crente mesmo nem café não bebe!” Nunca mais esqueci aquela experiência inesperada, intrigante e triste.
 
Por que será que tantas pessoas têm tal idéia dos cristãos evangélicos? De onde procede tal perspectiva? Apesar das caricaturas injustas dos evangélicos disseminadas atualmente, parte dessa imagem estranha vêm dos próprios “crentes”. Muitas vezes, porém, tais comportamentos extremistas procedem de pessoas sinceras e que amam a Deus. Como entender tal situação?

A verdade é que Deus ordena que o cristão não ame o mundo (1Jo 2.15). Por outro lado, o filho de Deus não pode sair do mundo (1Co 5.10) e não deve perder sua liberdade e submeter-se à servidão legalista (Gl 5.1). Como lidar com essa tensão? A resposta está na própria atitude de Jesus. Vemos nos evangelhos que nosso mestre e senhor sempre esteve no mundo: ele participava de festas (Jo 2.1-11), foi chamado de comilão e de beberrão (Mt 11.19) por seu comportamento social comum, foi criticado por estar na companhia de cobradores de impostos desonestos, os publicanos, (Mc 2.16), aproximava-se dos pecadores (Lc 5.30) e tinha coragem de conversar com mulheres de má fama, arriscando sua reputação (Jo 4.9; Lc 7.37-39). Apesar disso, Jesus nunca tolerou o pecado (Mt 21.12), criticou a injustiça (Mt 6.15), anunciou o juízo de Deus, condenou a hipocrisia religiosa (Mt 12.34) e pregou uma mensagem muito dura (Mt 5.20).

Parece que muita gente tem achado que um bom cristão deve ser uma pessoa diferente dos outros na sua forma de agir. Quando o cristão é um alienado, usa roupas estranhas, torna-se isolado, tem cara de bravo e parece que está “chupando limão” o tempo todo, muitos imaginam que aí está um “santo servo do Senhor”. As regras mais estranhas e desconhecidas pela própria Bíblia tornam-se padrão de espiritualidade: Usar gravata no culto, cortar a barba, não usar bigode, não ouvir música “do mundo”, usar penteados específicos, usar instrumentos musicais determinados, a obrigação (ou proibição absoluta) de bater palmas no culto, guardar dias “sagrados”, rejeitar certos alimentos não espirituais, trajes femininos especificados e dezenas de outras “leis” semelhantes.

A grande verdade é essas questões pequenas são irrelevantes e nada têm a ver com o ensino de Jesus. Na verdade, trata-se de uma distorção do cristianismo bíblico e representam uma fuga da real responsabilidade do povo de Deus nesse mundo de trevas. É possível tornar-se uma pessoa estranha e esquisita, cheia de maneirismos religiosos, e ainda assim “amar o mundo”. Amamos o mundo quando buscamos poder, pomos o nosso ego como centro da vida e temos como alvo aquilo que as pessoas desse mundo mau tanto desejam. O fato é que não precisamos ser diferentes das demais pessoas. Devemos agir como seres humanos normais que comem arroz com feijão, ouvem a previsão do tempo, ouvem notícias, conhecem futebol, música, arte, ciência, etc. A diferença deve estar em nossos valores, em nossa ética e em nossa atitude misericordiosa e amorosa. Sejamos diferentes: rejeitemos a imoralidade sexual, condenemos o aborto e a exploração infantil, vamos denunciar e criticar todo tipo de injustiça e de maldade, deixemos de ser consumistas tolos, vivamos para as nossas famílias, perdoemos quem nos odeia e nos prejudica, rejeitemos subornos e propinas, lutemos contra a tentação da riqueza, da ostentação e da vaidade, choremos pelos perdidos.

Não seja um sujeito estranho e, ao mesmo tempo, igual aos demais descrentes, meu querido irmão; torne-se, cada dia, bem diferente do padrão desse mundo. Não seja um “alienígena”, pois Deus quer que sejamos diferentes, e não esquisitos.




Luiz Sayão é pastor da Igreja Batista Nações Unidas (São Paulo, SP), é tradutor da Bíblia, tendo coordenado a publicação da Nova Versão Internacional, entre outros projetos. Atualmente, coordena a publicação da primeira Bíblia Brasileira de Estudos da Editora Hagnos.


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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CULTUANDO A DEUS EM ESPÍRITO E EM VERDADE

Deus é cultuado não pelos nossos humores, se são bons, mas mediante ações sinceras, na vida.

No entanto, mesmo mediante ações sinceras, facilmente a gente pode mergulhar no caminho da auto-justificação e da justiça própria. Por isto, até mesmo a sinceridade de culto, se não acontecer mediante ações que se percebem como fruto da Graça, podem se tornar em
auto-exaltação e tentação.

Somente com total consciência de que até a sinceridade de ações é dom de Deus, é que podemos viver em sinceridade sem que a sinceridade se torne a nossa própria virtude, mediante a qual creiamos que Deus se sente “obrigado” a nos reconhecer como adoradores verdadeiros.

Tais ações de sinceridade, por esta razão, não podem ser praticadas como quem faz o trabalho de Deus, pois, se assim for, em pouco tempo estarei cultuando meu trabalho a Deus, e não mais a Deus.

Portanto, minhas ações para Deus não devem ser ações para a Causa de Deus, mas sim por Causa de Deus.

O culto a Deus, portanto, não é feito de ações Para a Cauda divina, mas em razão de nosso amor por Deus como Causa de nossa existência, e como sua Finalidade.

Assim, o culto em espírito e em verdade não acontece num lugar fixo (nem em Jerusalém e nem no Monte Grezim), mas sim na vida, ao ar livre, enquanto a gente vai, vive e existe no Caminho.
Isto porque o culto que Jesus busca não acontece como ritual religioso, mas como uma vida que expressa a alegria da reconciliação com Deus e com os homens.

Assim, sabendo dessas coisas, veja que o seu culto a Deus seja realmente culto a Deus, e não, de fato, uma expressão religiosa do narcisismo que cultua a si mesmo, só que pretensamente em nome de Deus.














terça-feira, 20 de novembro de 2012

“Confissões & Confusões” em um gabinete pastora


Gostei muito desse texto que resolvi publicar aqui no blog. Boa Leitura!

Carlos Moreira
Talvez daqui há alguns anos eu escreva um livro só com as “pérolas” que ouço semanalmente no gabinete pastoral. Já pensei até no título: “Confissões & Confusões”.

A bem da verdade, uma das atividades mais desgastantes da vida de um ministro do Evangelho é o aconselhamento. Digo isto porque é impossível ouvir os dramas e dores das pessoas sem, de alguma forma, não se envolver com eles.

Mas a “escuta terapêutica” vem desaparecendo, gradativamente, das funções dos ministros ordenados e isto, para mim, tem um único motivo: escutar pessoas requer um investimento grande de tempo e, “desgraçadamente”, não gera dinheiro. Por isso, muitos pastores têm optado em fazer um curso superior de psicologia, pois aí podem cobrar pelo atendimento profissional.

Pois bem, esta semana eu me vi diante de uma situação muito freqüente quando ouço pessoas: a suposta “obrigação” de ter de dizer ao indivíduo se ele deve ou não fazer algo. Concretamente, a questão me foi posta da seguinte forma: “pastor, depois de ter ouvido tudo o que eu disse, me responda sinceramente: isto é de Deus ou do diabo?”. “Bem”, respondi, “nem de um nem do outro, muito pelo contrário!”.

E prossegui... “Meu amigo, eu não sou feiticeiro, nem adivinho, não possuo bola de cristal, não jogo búzios, nem leio cartas. Portanto, não estou aqui para lhe dizer como será o amanhã nem muito menos para lhe dar uma “profetada”. Posso sim lhe ajudar a refletir sobre alguns “cenários” possíveis, e isso a partir de suas escolhas. Mas saiba: a decisão final será sempre sua e somente sua”.    

E continuei... “Outra coisa que preciso lhe esclarecer é que nem tudo na vida se resume a ser de Deus ou do diabo. Na verdade, a maioria das coisas são “do homem”, ou seja, ganham materialidade a partir da projeção das “sombras” que existem em nós, pois, segundo Tiago: “cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar... pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites””.

De forma objetiva, o que quero aqui esclarecer, é que a tradição cristã, infelizmente, está impregnada deste tipo de pensamento que nada mais é do que o dualismo grego. Foi a partir da influência desta filosofia que a existência acabou sendo reduzida a algo binário: zero ou um. Em outras palavras, tudo passou a ser ou de Deus ou do diabo.

O Dualismo grego é uma espécie de dialética hegeliana sem a síntese, ou seja, ele só tem tese e antítese. Separa o físico do metafísico, o sensível do espiritual, o bem do mal, a unidade da pluralidade.

Muitas destas idéias estão centradas em Platão, pois, para o filósofo, o mundo estaria dividido em duas esferas: a superior e a inferior. O nível mais elevado consistia das idéias eternas. O nível mais baixo era formado pela “matéria”. Esta, por sua vez, era temporal, física e imperfeita. 

É por este motivo, por exemplo, que Platão localiza o trabalho no reino inferior. Para ele, existia um reino espiritual separado e distinto do reino físico. Por isso, quanto mais espiritual a pessoa fosse, menos ligado à matéria estaria. No dualismo grego, o ambiente profissional era “carnal”, pois tratava das “coisas terrenas”, tais como o dinheiro.

Agora uma pergunta: você já viu este tipo de “pensamento” presente na igreja? Mais é claro que sim! O que você talvez não saiba é sua origem. Então vamos “mergulhar” na história...  

A partir do século IV, a cosmovisão cristã começou a sofrer forte influencia do neoplatonismo, desenvolvido por Plotino. Tratava-se de uma doutrina que preconizava, dentre outras coisas, o abandono do mundo material para que o espírito pudesse unir-se a uma “entidade superior”.

Pois bem, a “porta de entrada” do neoplatonismo no “pensamento cristão” se deu através de um de seus mais ilustres representantes: Santo Agostinho. O bispo de Hipona foi, talvez, o principal responsável pela adaptação das idéias de Platão de tal forma a que elas pudessem servir como argumentação filosófica para a apologética da fé cristã.

Um dos desdobramentos desta tradição, durante a idade média, impunha aos clérigos a necessidade de atestar sua espiritualidade através de votos de pobreza, de castidade e de obediência. Era a negação dos “elementos” do “reino inferior” com vistas a se alcançar uma “espiritualidade elevada”, ou seja, era a ataraxia estóica grega simbiotizada com a fé judaico-cristã.  

Agora quero lhe fazer uma proposta: olhe para a vida com estas “novas lentes” e, talvez, você comece a perceber que o dualismo não tem nada a ver com o Evangelho. Essa separação de mundo espiritual do mundo material é pagã, e não cristã. É dela que surgem conceitos tais como: "coisas de Deus" e "coisas do diabo"; arte sacra e arte profana, música gospel e música do mundo, coisas espirituais – orar, jejuar, pregar – e coisas "carnais" – trabalhar, se divertir, se exercitar.  

Fico feliz em saber que a proposta de Jesus é de ressignificação de minha consciência de tal forma a que eu encarne os valores e verdades do Reino. Deus é soberano sobre tudo, tanto o que é natural quanto o que é espiritual, pois, para Ele, as duas dimensões são uma coisa só. Por isso, o que sei é que devo ser santo, como santo é o Senhor, tanto na faculdade quanto na igreja, tanto no trabalho quanto na reunião de oração, tanto no campo de futebol quanto na escola dominical!

E saiba: nem tudo é “coisa do diabo”, como também nem tudo é “coisa de Deus”. Há, pois, “coisas que são do homem”, ou seja, escolhas e decisões que são tomadas no chão da vida e que trazem, por si mesmas, as suas conseqüências, seja para o bem, seja para o mal.

Na parábola do “Bom Samaritano” o caminho era um só, e todos iam por ele: tanto os salteadores quando o transeunte agredido, o levita, o sacerdote e o samaritano. A única diferença era a forma como cada um deles caminhava. Por isso, nunca se esqueça: o Caminho está dentro do caminho...


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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Era das Estrelas Gospel está chegando ao fim!



Hermes Fernandes

Não sou saudosista. Mas devo admitir que foi-se o tempo em que o púlpito não era palco nem palanque, e a congregação não era platéia, nem tampouco o pastor era considerado um showman. Foi-se o tempo em que cantores que se dedicavam a louvar a Deus não tinham fã clube, e nem sabiam o que significa tietagem após sua apresentação. Mesmo porque, não havia performance, e sim, culto. Todos os holofotes eram voltados para Deus. E os únicos aplausos que esperava ouvir vinham dos céus.

O sonho de conquistar o mundo para Cristo foi substituído pelo sonho de tornar-se num mega-star gospel.

O dinheiro antes investido para enviar missionários para o campo, agora é usado na construção de suntuosas catedrais, com suas cadeiras acolchoadas, para oferecer conforto à crentes almofadinhas.

Mas tudo isso está prestes a acabar. O mercado gospel está ficando saturado. Ninguém suporta mais patrocinar os projetos megalomaníacos dessas estrelas.

Cada vez mais, os cristãos estão se conscientizando de que seu papel não é o de manter esta indústria religiosa, que se apresenta como ministérios, e sim, de trabalhar pela transformação do mundo.

Chega de fogueiras santas! Chega de fogueiras de vaidade!

Chega de estratégias evangelísticas mirabulantes. Que o importante seja o que é certo, e não o que dá certo.

Chega de busca por títulos e fama. Que se busque servir em vez de ser servido.

Voltemos ao velho e bom Evangelho, sem invencionices. Voltemos ao discipulado, sem a pressão pela multiplicação. Deixemos que Ele acrescente em número, enquanto nós focamos a qualidade de nossa vivência cristã.

E que os milagres aconteçam em ambientes domésticos e seculares, no dia-a-dia, e não a granel, no atacado, como tem sido anunciado nos programas neo-pentecostais.

Está chegando o tempo em que o Evangelho será espalhado por toda a Terra, não através de eventos extraordinários, marchas, cruzadas, mas através de gente anônima, ilustres desconhecidos, que ofuscarão o brilho daqueles que se acham indispensáveis na expansão do Reino de Deus, e isso, sem chamar a atenção para si.

Pronto! Falei! Estava entalado...

Viva o novo tempo!


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terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Igreja Brasileira e a Sindrome de Nimrode


Achei esse texto muito bom, por isso decidi postar aqui também. Boa Leitura!!!

Por Leonardo Gonçalves

                                                   [Imagem: Torre de Babel, de Pieter Bruegel]

Quando Deus criou o homem, o fez com um propósito. Ele desejava que este se espalhasse por toda a terra, levando a sua imagem, semelhança e glória (Gn 1.8). Foi em Gênesis 11.4 que os homens se rebelaram contra o designo e decidiram fincar o pé em um lugar só ao invés de se espalhar. Eles desejaram ter seus nomes conhecidos em um crescimento localizado. Liderados por Nimrode, estes homens se ajuntaram em Babel, com o intuito de fazer notória e grandiosa a sua obra a fim de obter fama ao invés de se espalharem sobre a terra. Algo muito semelhante pode ser visto na igreja brasileira contemporânea. A cada dia que passa, podemos perceber um maior número de pastores, líderes e denominações acometidos da síndrome de Nimrode. Eles desejam a fama antes de qualquer coisa, querem tornar seus nomes conhecidos, levantar a bandeira dos seus ministérios, exaltar suas denominações, tudo isso através da construção se suntuosos templos, formando ao redor de si um império, ao invés de se preocuparem em levar a glória do evangelho aos continentes e ilhas remotas.

O plano de Deus, de Gênesis ao Apocalipse, sempre foi resgatar a humanidade perdida em todos os cantos da terra. Vemos no capítulo 12 de Gênesis a revelação do evangelho para todas as famílias da terra. Todos os povos da terra seriam abençoados em Abraão (Gl 3.6-8). Infelizmente os seus descendentes, a linhagem de Israel, cometeram o grave erro de pensar que Deus era propriedade exclusiva deles; esta nação jamais teve uma visão missionária como Deus queria. O que segue então é a história de um povo que, apesar de escolhido por Deus, conseguiu distanciar-se do criador e do seu plano para as suas vidas, apropriando-se da Lei de Deus - que tem como base o amor (Mt 22.37-40) – e transformando em uma religião legalista e exagerada, que promove mais escravidão que libertação. Israel enfurnou-se, trancou a porta da salvação para eles e para outros, e ao invés de proclamar a glória de Deus entre os povos (Sl 67.2-3; Sl 96.1-3), passou a odiar os gentios e samaritanos.

É impossível fazer uma leitura do episódio do Antigo Testamento e não traçar um paralelo com a igreja brasileira contemporânea. Infelizmente, nossos pastores estão mais preocupados em construir impérios do que contribuir com o reino de Deus. A maioria não quer investir em missões simplesmente porque a igreja fundada no exterior não pode ser legalmente incluída no patrimônio da igreja mãe. Não bastasse isso, existe ainda o preconceito. Conheço um missionário que, depois de um período de grande escassez no campo, regressou a sua igreja com um pedido de auxilio financeiro. O pastor, entre tantas desculpas que poderia ter dado, preferiu ser franco, direto: “Eu vou pegar o dinheiro da igreja e gastar com índios? Larga mão de mexer com esse povo e vem logo pra cá, porque aquilo lá não é gente não! Eu vou investir aqui, onde o meu povo pode ver”. Basta um par de horas conversando com este missionário para perceber a profunda ferida gerada por este pastor. Passaram-se dois anos e a chaga ainda não cicatrizou.

Tal como Nimrode, a igreja brasileira (salvo raríssimas exceções) já não possui nenhuma noção do Reino dos Céus, mas continua a congregar-se ao redor dos edifícios (caríssimos), pensando que eles servirão de ponte entre Deus e nós (Gn 11.4). Não existe preocupação com valores espirituais: nossas comunidades só se preocupam com bens materiais, com cargos e poder. Nós confinamos Deus ao nosso gueto denominacional, e não estamos dispostos a ser espalhados pelo mundo a levar o evangelho de Cristo.

Mas para onde este descaminho irá nos levar? Creio que a resposta a essa questão pode ser encontrada na própria bíblia. Jesus declarou que muitos judeus tinham se tornando filhos do próprio diabo (Jo 8.44), tudo porque eles não estavam interessados em entrar no céu, nem facilitavam a entrada de outros.

Desperta, igreja! Desperta!

Retirado do site:
http://oproponente.blogspot.com.br/2010/06/por-leonardo-goncalves-imagem-torre-de.html