terça-feira, 29 de maio de 2012

Somos todos Jovens

By Orcélia Sales


Ser Jovem é uma etapa da vida onde pairam as duvidas, incertezas, sonhos, desejos de conquistas é também uma fase decisiva nos desenvolvimentos dos relacionamentos afetivos que poderá culminar em matrimonio.
Geraldo e EU
Aqui em Moçambique quando a pessoa deixa de ser criança, então já é um jovem. Por exemplo, o Geraldo filho adotivo dos missionários Rondon/Natalia tem 14 anos e faz parte do grupo de jovens da nossa igreja Catedral da Família - Dondo, mas também no grupo temos a presença de maiores de 30 anos.
O jovem moçambicano tem grande dificuldade de sonhar e pensar sobre o seu futuro, infelizmente devido os anos em que o país ficou em guerra e as questões políticas que envolvem pouco ou nenhum investimento em áreas primarias como a educação tem refletido em uma grande parcela de jovens analfabetos. Isso tudo tem levado ao crescente aumento das DSTs, gravidez precoce.
Culto de Jovens no discipulado
Alem do analfabetismo outro problema grave é o HIV/SIDA que tem dizimado milhares de vidas.  Aqui em Moçambique a expectativa de vida gira em torno de 47 anos, pois muitas outras doenças tais como malaria, tuberculose etc. afetam a população.
A programação que desenvolvo com os jovens aqui na nossa Igreja é sempre no período vespertino a partir das 14 horas.
Jovens no culto 
Nas terças-feiras existe o discipulado com estudos bíblicos dos temas: A Bíblia Sagrada; O Deus do Cristianismo; Jesus Cristo; O Espírito Santo; A Vida Eterna; O Batismo; A Luta Contra o Pecado; Em Busca da Santificação; A Igreja; A Ceia do Senhor; Os Dízimos e as Ofertas; O testemunho Cristão. Cada tema é desenvolvido em duas oportunidades, pois todas as dúvidas sempre são sanadas e também devido à dificuldade dos jovens no manuseio da bíblia.
O sábado é o dia do culto propriamente dito onde os jovens dançam, cantam e após a pregação é feito um compartilhar da palavra em pequenos grupos.
É comum em quase todos os cultos a carência e as vezes inexistência mesmo de bíblias, só pra se ter uma ideia em um grupo de 30 jovens, aproximadamente oito tinham bíblias e destes apenas dois conseguiram abrir corretamente nos livros bíblicos que solicitei.
Igreja Catedral da Familia
Hoje um dos jovens me chamou a atenção, pois solicitei que lesse o texto em voz alta, então ele me disse que não sabia ler, essa realidade é muito comum por aqui. 
Acho que você notou que os desafios que estou enfrentando são enormes, mas Deus conta comigo e eu quero corresponder com muita excelência nessa jornada de missões transculturais. Será que Deus pode contar com você? Orando, Divulgando ou Contribuindo? 
Deus abençoe a sua vida!

A receita de um bom caril

By Orcélia Sales
A primeira pergunta que sempre me fazem sobre Moçambique é sobre os pratos típicos. Confesso que já estou bem adaptada á culinária local. E para responder a todas as curiosidades resolvi escrever sobre esse deliciosoooo assunto.  hehehe
Aqui em Moçambique a gastronomia sofreu influência das cozinhas indiana, goesa e portuguesa e quem ganha com isso são os apreciadores de um bom prato cheio.rs
 Na vida moçambicana o milho, a mandioca e o amendoim são essenciais. Um dos pratos mais tradicionais em todo o território é a xima feita da farinha do milho ou dependendo da região pode também em alguns casos ser feita da farinha de mapira.


Xima





A receita da xima é muito simples: a farinha é cozida em água sem tempero formando uma massa firme (tipo um angu) é servida acompanhada por pratos com molho, o mais comum é o caril de frango, peixe ao molho de tomate, feijão etc.

EU devidamente bem servida...rs
A xima que experimentei foi preparada pela missionária Natalia que já é uma verdadeira especialista nos pratos típicos de Moçambique (leia o post sobre o Maheu). 
Nesse dia em especial os meus anfitriões (Missionários Rondon/Natalia) receberam o pastor brasileiro Silvio da Igreja Luz para os Povos da nossa linda cidade Goiânia,  bom depois que os todos os goianos estavam devidamente posicionado em seus lugares na mesa, foi então servido o banquete,  vale destacar que a xima servida com o caril galinha café real (Galinha à Cafreal) agradou tanto os gregos como goianos..rs
 É denominado caril todo tipo de alimento que pode ser servido como acompanhamento do arroz ou xima e a melhor receita para comer um bom caril é estar em boa companhia.
Caril - Galinha Cafreal
 Outros produtos típicos em Moçambique são o piri-piri, o gergelim, o amendoim, a castanha de cajú e o côco que sempre estão inseridos em diversificadas receitas. Vale lembrar que nas cidades mais próximas ao oceano Índico o peixe carapau (que também é consumido seco), o camarão e demais frutos do mar tem destaque nas mesas.
Galinha Cafreal 

A base da pirâmide alimentar assim como a vida de cerca de 60% da população é simples, mas nada disso consegue apagar ou diminuir na vida do povo moçambicano a harmonia expressa nas danças, musicas e no colorido de suas roupas (falarei disso em outro post).Galinha 
Não poderia deixar de mencionar nesse tópico que mesmo com todas as adversidades tenho percebido uma geração de crianças esperançosas apesar de muitas vezes estarem sujas, doentes, maltrapilhas, má nutridas ou famintas, é apaixonante ver os seus olhinhos brilhando de alegria ao receberem o mais simples ato de carinho. 
Eu AMO Moçambique e quero que essa nação experimente tempos melhores!!!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Morte é morte em qualquer lugar do mundo

Morte é morte em qualquer lugar do mundo.
Mas os rituais que são realizados desde o primeiro momento da constatação da morte até o sepultamente é que faz a diferença nas diversas culturas desse nosso planeta tão diversificado chamado terra. 
A morte aqui em Moçambique é chamada de infelicidade. Por aqui eu participei da infelicidade de um jovem da nossa igreja que tinha somente 23 anos, e morreu da causa mais comum de morte em países africanos, em outro post vou falar desta causa mortis.
Agora quero explicar como e quais são os rituais seguidos em volta da morte pelas pessoas que não conhecem o Senhor Jesus Cristo como Salvador das suas vidas.
Quando a pessoa morre em casa (os cômodos, o quintal) tudo é considerado pesado espiritualmente, então a família chama o curandeiro para fazer uma reza e jogar água fervida com raízes em todos esses espaços, pois eles consideram que o espírito da pessoa morta ainda continua naqueles locais.  
Mas quando a família leva para a casa mortuária o corpo pode ficar por vários dias até todos os familiares chegarem para o sepultamento, neste caso não existe velório com corpo presente, mas antes de levarem o corpo para o cemitério abrem o caixão e um familiar coloca perfume no morto e seguem com cânticos, rezas e discursos.
Em outros casos alem da água no quintal e nos cômodos da casa o curandeiro faz pequenos cortes nos ombros, testa ou nas costas de todos os membros da família enlutada e coloca um tipo de raiz especifica no ferimento para que a morte não seja constante naquela família.
Outra coisa curiosa é que antes do sepultamento um familiar consulta o líder do cemitério, então este compra nipa (semelhante á pinga de engenho), cigarro, farelo de milho, folha de bananeiras...nessa etapa todos os familiares homens mais velhos do defunto ficam de joelho e o líder do cemitério bate palmas três vezes para pedir permissão aos espíritos dos antepassados isso é os primeiros que foram enterrados no local e são portanto considerados os donos do cemitério, fazem rezas e entoam palavras especificas em dialetos.
As pessoas acreditam que se não fizerem isso antes de abrir a cova pode advim algo muito ruim. Ouvi relatos de pessoas que não fizeram esse ritual de pedir permissão e um enxame de abelhas atacou todos que estavam abrindo a cova. Cada um aqui tem uma historia tipo filmes de terror pra contar...rs.
Quando é um recém-nascido que morre somente as mulheres podem participar dos rituais, elas amarram uma corda em volta da mãe que perdeu o seu filho entoam rezas, cânticos no dialeto local e jogam água com raízes na mãe, na hora do enterro lançam a corda dentro da sepultura para que os próximos filhos não tenham a mesma sorte.
É impressionante aqui em Moçambique como a morte une mais as pessoas do que durante a vida. Os cortejos fúnebres são grandes e demorados, pois diante do caixão no cemitério têm-se discursos, cânticos, rezas e uma coisa interessante é que ninguém pode chorar, pois podem desagradar os espíritos que são os donos do cemitério, o mais comum quando tem choro, segundo me relataram é os ancestrais enviarem abelhas para atacar as pessoas. 
Outra coisa interessante é o fato de enterrarem com o defunto todos os seus pertences (roupas, sapatos, escova de dente etc...) inclusive a ultima água que foi dado o banho é também levada para colocar sob o tumulo.
 Todos que estão no cemitério pegam um punhado de terra, fazem um gesto tipo um beijo e jogam a terra dentro da cova, isso é uma forma de demonstrar que contribuiu no enterro.
Após o sepultamento todos vão para a casa da família e levam ofertas em dinheiro para ajudar aquela família, este ato é meramente solidário não existe nenhuma questão espiritual, as pessoas vão fazer esse gesto com receio que no dia que for o seu próprio enterro ninguém ajude a sua família. Essa atitude é repetida também na visita de sétimo dia.
A missionária Natalia me disse que participou de um momento desde e que a oferta da multidão de pessoas que estavam na casa foi de 50 meticais cerca de aproximadamente R$ 3,50.
Uma coisa semelhante com o Brasil é a visita de sétimo dia, aqui eles vão ao cemitério colocam flores, arruma o tumulo, troca a água e depois fazem uma festa na casa da família com cabrito, bebida alcoólica, muito caril e claro novamente tiram uma oferta.
A partir de agora todo domingo a família tem a obrigação de ir ao cemitério trocar a água que fica em uma vasilha em cima do tumulo, algumas pessoas antes de morrer deixam especificado o tipo de água que deseja no seu próprio sepulcro (fiquei sabendo que algumas pessoas pedem água do mar), essa água é para o espírito do morto beber, neste caso tem que ser água limpa e fresca...rs.
Para finalizar eu louvo a Deus por ser livre e por beber da água da vida na qual nunca mais tenho sede e pelo privilegio de apresentar nesta nação a libertação que o Evangelho oferece para todos aqueles que... Nele crer!!! 
By Orcélia Sales

domingo, 20 de maio de 2012

Vai um Maheu aeee???

Aqui em Moçambique festa boa é festa bem servida com muito caril (em outro post vou explicar o que é isso..rs) e refresco neste caso o maheu.
Para quem não sabe, assim como eu não sabia o que é o maheu, vou explicar, e falar os passos dessa deliciosa bebida ou refresco típico moçambicano. Maheu é um refresco servido normalmente em cerimônias de casamento, aniversários, festas comemorativas ou como mata-bicho (breakfast).

O preparo que participei é chamado o Maheu da Missionária (no caso a missionária Natalia) que já esta aqui no Dondo há dois anos e faz um maheu com água tratada e as devidas normas básicas de higiene....por isso é considerado por todos os apreciadores da bebida como o melhor maheu da região...rs...


Para fazer um bom maheu é necessário o milho que tem que ser moído e transformado em farinha. Depois em um recipiente de plástico (bacia) coloca essa farinha na água durante 12 horas.








Após essa etapa acrescenta-se água a massa e cozinhe por aproximadamente 6 horas e até virar uma papa. O ideal é deixar essa papa ficar em um recipiente de plástico arrefecendo em um lugar escuro por pelo menos 1 dias.
No segundo dia côa a papa e acrescenta-se o açúcar a gosto.

Missionária Natalia fazendo o Maheu


Depois disso tudo o maheu já pode ser servido e a festa já pode começar...paranossaaaaalegria!!!..rs...








 No processo de fabricação o maheu fermenta, e durante o período do calor a fermentação é ainda maior, o que proporciona um odor forte e um sabor apurado de mingau de milho.
Por ser um refresco pesado para o paladar dessa missionária brasileira que vós escreve ..rs..., apreciei com muita moderação, achei o gosto típico de papa de milho com um azedinho leve da fermentação.
Eu degustando o Maheu..hehehe

A criançada e os adultos aqui em Moçambique apreciam muito e sem moderação um bom maheu! rs
Quer um Maheu aeee??? Você esta convidado pra participar do próximo maheu!

By Orcélia Sales

quinta-feira, 10 de maio de 2012

CONTRIBUIR



1) Indo: Há aqueles que são chamados por Deus para deixarem tudo, para atingirem os lugares mais remotos, onde há grandes necessidades espirituais. São os missionários integrais dos quais eu e minha família fazemos parte.

2) Intercedendo: São aqueles que são chamados a se colocarem na "brecha" da oração intercessória, apresentando diariamente as necessidades da igreja, dos missionários, mesmo estando fisicamente distantes, eles guerreiam as batalhas espirituais juntamente com aqueles que estão no campo.

3) Contribuindo: Há outro grupo, não menos importante, que Deus tem capacitado com o dom de contribuir (Rm 12:8), esses não necessariamente são pessoas prósperas financeiramente falando, mas têm um coração desprendido, e sentem-se privilegiadas de poder participar com suas posses, dando sustento e todo suporte necessário àqueles que foram chamados para ir.

Na "tríplice do ide" ninguém é mais importante, todos são necessários para que a grande comissão seja possível. Conforme a palavra de Romanos 10:14-15:

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!”

Faça agora mesmo um propósito com Deus em responder o SIM ao "IDE" de Cristo (Mt 28:19), vindo junto através de suas orações e finanças.
Para participar mande um Email para orceliasales@hotmail.com para receber as cartas informativas.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Educação - O desafio está apenas começando


Progressos e Desafios

© UNICEF/MOZA-02712/Roger Lemoyne
Desde os meados dos anos 90, depois de uma longa guerra civil, que trouxe consequências graves para as infra-estruturas da educação, o sistema de educação esta precário. 
Apesar dos grandes avanços na expansão do acesso à educação, há que fazer muito pela melhoria da qualidade de ensino.
Um grande número de professores primários não tem formação adequada e foi introduzido o sistema dois ou três turnos para fazer face à  insuficiência de salas de aulas e professores. No EP1 (ensino primário do 1º grau), o rácio médio de professor-aluno é de 1 para 74.
A taxa de conclusão, que é o indicador chave para medir a qualidade de ensino,  continua baixo – quase metade das crianças em idade escolar no ensino primário abandonam a escola sem concluir a 5ª classe.
Além disso, muitas escolas não possuem infra-estruturas adequadas de água e saneamento, há falta de carteiras e cadeiras e material escolar nas salas de aula.
O impacto da pobreza e do HIV agravou as responsabilidades das escolas. Como consequência, as escolas são obrigadas a assumir responsabilidades que tradicionalmente eram das próprias famílias em relação à educação e cuidados, tais como a provisão de serviços de saúde e assistência psicossocial às crianças órfãs e vulneráveis.  
As crianças das famílias mais pobres, os órfãos e raparigas são especialmente susceptíveis ao risco de abandonar a escola ou mesmo de não estudar.  (Dados do UNICEF)

 

O que estou fazendo como Enfermeira e Educadora:



 * Estou participando do projeto ONDE NÃO HÁ MÉDICOS - formando agentes comunitários de saúde. Ministro aulas para essa formação e ensino bíblico. 



* Estou prestando apoio e cuidados às crianças que perderam os pais ou que se tornaram vulneráveis devido a pobreza, SIDA e outras situações;

* Estou fazendo alfabetização infantil e reforço escolar para as crianças do bairro na casa missionaria;



Pacote de qualidade mínima
Em Moçambique, o pacote de qualidade das intervenções escolares inclui cinco áreas principais de enfoque: Educação, Água, Higiene e Saneamento, Saúde, Protecção e Participação Comunitária.
© UNICEF/MOZA-01602/T.Delvigne-Jean
A gama de intervenções vai desde a formação de professores em métodos interactivos de ensino e fornecimento de material escolar de qualidade até a construção de pontos de água potável e realização de triagem regular da saúde das crianças.  

Passos a seguir
O pacote de Escolas Amigas da Criança está gradualmente a ser implementado em todas as escolas primárias de sete distritos num período de seis anos, a partir de 2006 até 2011.
Os distritos foram seleccionados pelo Governo tendo como base indicadores de educação muito baixos, baixas taxas de escolaridade, baixas taxas de conclusão, e altas taxas de disparidades de género.  
Foram registados avanços significativos desde a introdução do programa em 2006:  
  • 370 mil criaças têm acesso à educação de qualidade.
  • A taxa de ingresso escolar aumentou em 30 por cento nos distritos beneficiários, com um aumento maior que a média nacional de cerca de 22 por cento.
  • A taxa de abandono escolar baixou de 2,9 por cento em 2006 para 1,7 por cento em 2008, no Distrito da Maganja da Costa.
A criação de um programa que trata do bem-estar físico, psicológico e emocional é muito mais do que construir novas escolas. Trata-se de criar um lugar onde a criança possa sentir-se segura e aprender tudo o que precisa de saber para ter um crescimento são e preparar-se para desempenhar um papel activo na sua comunidade.
Educação  
A componente da educação trata de criar um ambiente de aprendizagem de qualidade que promove metodologias de ensino centrado na criança em aulas bem geridas. Inclui um leque de intervenções tais como a formação de educadores no ensino e gestão escolar, promoção da participação dos pais e dos membros da comunidade nos Conselhos de Escola, provisão de materiais de ensino-aprendizagem de boa qualidade, incluindo carteiras, cadeiras e reabilitação de salas de aula.  
Saúde
A componente da saúde está virada ao bem-estar físico e emocional da criança. Está focalizada na protecção da criança contra doenças e ensino de habilidades de vida tais como a prevenção do HIV e o empoderamento da rapariga. Esta componente contém o pacote de saúde escolar que inclui a imunização, análise regular de saúde, e referência às unidades sanitárias por pessoal da saúde qualificado. O programa promove igualmente a tomada de decisões, espírito criativo, e a construção da auto-consciência.  
Água, saneamento e higiene
A componente da água, saneamento, e higiene, promove o acesso e uso de água potável e infra-estruturas de saneamento amigas da rapariga nas escolas. Também inclui a promoção de boas práticas de higiene através de clubes de saneamento de criança-para-criança.  
Protecção
A componente da protecção procura identificar crianças órfãs e vulneráveis e fornecer material básico e outros suprimentos. Também ajuda os assistentes sociais das comunidades a prestar assistência às crianças vulneráveis fora da escola, trá-los de volta à escola dá-lhes acesso aos serviços sociais, como o registo de nascimento.  
Participação comunitária
A componente de participação comunitária, que inclui a mobilização social, serve de elo de ligação entre as escolas e a comunidade. Esta componente tem como objectivo a sensibilização das pessoas sobre a importância da educação para toda a criança, com maior destaque para a educação da rapariga e outras crianças vulneráveis. Promove igualmente as boas práticas de higiene e prevenção do HIV através de vários canais comunitários tais como rádios comunitárias, grupos teatrais, e unidades móveis.


CASO TENHA INTERESSE EM AJUDAR...ENTRE EM CONTATO...

domingo, 6 de maio de 2012

APESAR DE CONHECIMENTO DE MÉTODOS PREVENTIVOS, MOÇAMBICANOS EXPOSTOS A RISCO


O conhecimento dos métodos de prevenção do HIV/SIDA em Moçambique é generalizado e maior parte dos cidadãos acredita que é possível evitar a infecção usando preservativo todas as vezes que mantiver relações sexuais e que o risco de contrair o vírus pode ser reduzido tendo apenas um só parceiro sexual.

                                                                                       De cada 4 testes 3 são positivos



Entretanto, as pessoas continuam a ter parceiros múltiplos e poucos usam o preservativo nas relações sexuais.





Estas são as constatações do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) 2011, cujo relatório preliminar foi divulgado hoje, em Maputo. Trata-se de um documento produzido pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em parceria com o Ministério da Saúde (MISAU), com financiamento da Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e apoio técnico da Macro Internacional.

De salientar que os indivíduos que mantêm relações sexuais com parceiros múltiplos estão mais expostos à infecção de HIV.

O Inquérito refere que os homens tendem a reportar o maior número de parceiras sexuais. Os que têm mais parceiras são os que sofreram uma dissolução marital por viuvez, separação ou divórcio, seguido dos homens em união marital e os que nunca se casaram.
Numa distribuição por províncias, os dados mostram que dos inquiridos, os homens da província de Cabo Delgado são os que apresentam maior número de parceiras múltiplas, seguido de Niassa.
Quanto as mulheres, a proporção das que apresentam múltiplos parceiros sexuais baixa ligeiramente com a idade, sendo mais alta entre o grupo de 25-29 e 15-19 anos, e mais baixa entre 30-39 e 40-49 anos.

A proporção das que reportam ter parceiros múltiplos é menor entre as mulheres em união conjugal e maior entre as solteiras e ainda maior entre as que sofreram uma dissolução marital por viuvez, separação ou divórcio.

A tendência das mulheres terem parceiros múltiplos é muito maior nas zonas urbanas e aumenta com o nível de instrução.

Enquanto relativamente aos homens, o inquérito sublinha que o nível de instrução ou tipo de residência não influencia o comportamento destes quanto ao número de parceiras sexuais.
O inquérito aborda, igualmente, a questão da fecundidade, contracepção, mortalidade infanto-juvenil, saúde materno-infantil, tratamento de doenças infecciosas, amamentação e nutrição, indicadores da malária. O estudo traz, pela primeira, a questão da violência doméstica.

O inquérito foi realizado no campo entre Abril e Novembro de 2011, na base duma amostra representativa nacional, provincial e por área de residência (rural e urbana).
O mesmo previa entrevistar 13,964 agregados familiares, destes foram encontrados 13,951 e dos quais 13.919 foram entrevistados, correspondendo a uma taxa de resposta de 99.8 por cento.

De salientar que este é o terceiro IDS, sendo que o primeiro foi realizado em 1997 e o segundo em 2003. O mesmo faz parte do programa mundial de Inquéritos Demográficos e de Saúde.

(AIM)
FTA/DT

Extraído