sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DEUS QUER QUE SEJAMOS DIFERENTES, NÃO ESQUISITOS



Luiz Sayão

Há alguns anos, no interior do estado do Tocantins, aproximei-me de um senhor e puxei conversa com o cidadão de média estatura, moreno e já passado dos 40 anos de idade. Procurando compartilhar com ele o evangelho, comecei a falar do amor de Deus, da pessoa de Cristo, do plano de salvação, quando ele me interrompeu e me encarou, e, carrancudo, perguntou-me: “Você é crente?”. E logo depois de minha resposta afirmativa, ele prosseguiu: “Mas, você bebe café?”. Quando respondi que sim, o homem esbravejou: “Então você não é crente coisa nenhuma, porque o crente que é crente mesmo nem café não bebe!” Nunca mais esqueci aquela experiência inesperada, intrigante e triste.
 
Por que será que tantas pessoas têm tal idéia dos cristãos evangélicos? De onde procede tal perspectiva? Apesar das caricaturas injustas dos evangélicos disseminadas atualmente, parte dessa imagem estranha vêm dos próprios “crentes”. Muitas vezes, porém, tais comportamentos extremistas procedem de pessoas sinceras e que amam a Deus. Como entender tal situação?

A verdade é que Deus ordena que o cristão não ame o mundo (1Jo 2.15). Por outro lado, o filho de Deus não pode sair do mundo (1Co 5.10) e não deve perder sua liberdade e submeter-se à servidão legalista (Gl 5.1). Como lidar com essa tensão? A resposta está na própria atitude de Jesus. Vemos nos evangelhos que nosso mestre e senhor sempre esteve no mundo: ele participava de festas (Jo 2.1-11), foi chamado de comilão e de beberrão (Mt 11.19) por seu comportamento social comum, foi criticado por estar na companhia de cobradores de impostos desonestos, os publicanos, (Mc 2.16), aproximava-se dos pecadores (Lc 5.30) e tinha coragem de conversar com mulheres de má fama, arriscando sua reputação (Jo 4.9; Lc 7.37-39). Apesar disso, Jesus nunca tolerou o pecado (Mt 21.12), criticou a injustiça (Mt 6.15), anunciou o juízo de Deus, condenou a hipocrisia religiosa (Mt 12.34) e pregou uma mensagem muito dura (Mt 5.20).

Parece que muita gente tem achado que um bom cristão deve ser uma pessoa diferente dos outros na sua forma de agir. Quando o cristão é um alienado, usa roupas estranhas, torna-se isolado, tem cara de bravo e parece que está “chupando limão” o tempo todo, muitos imaginam que aí está um “santo servo do Senhor”. As regras mais estranhas e desconhecidas pela própria Bíblia tornam-se padrão de espiritualidade: Usar gravata no culto, cortar a barba, não usar bigode, não ouvir música “do mundo”, usar penteados específicos, usar instrumentos musicais determinados, a obrigação (ou proibição absoluta) de bater palmas no culto, guardar dias “sagrados”, rejeitar certos alimentos não espirituais, trajes femininos especificados e dezenas de outras “leis” semelhantes.

A grande verdade é essas questões pequenas são irrelevantes e nada têm a ver com o ensino de Jesus. Na verdade, trata-se de uma distorção do cristianismo bíblico e representam uma fuga da real responsabilidade do povo de Deus nesse mundo de trevas. É possível tornar-se uma pessoa estranha e esquisita, cheia de maneirismos religiosos, e ainda assim “amar o mundo”. Amamos o mundo quando buscamos poder, pomos o nosso ego como centro da vida e temos como alvo aquilo que as pessoas desse mundo mau tanto desejam. O fato é que não precisamos ser diferentes das demais pessoas. Devemos agir como seres humanos normais que comem arroz com feijão, ouvem a previsão do tempo, ouvem notícias, conhecem futebol, música, arte, ciência, etc. A diferença deve estar em nossos valores, em nossa ética e em nossa atitude misericordiosa e amorosa. Sejamos diferentes: rejeitemos a imoralidade sexual, condenemos o aborto e a exploração infantil, vamos denunciar e criticar todo tipo de injustiça e de maldade, deixemos de ser consumistas tolos, vivamos para as nossas famílias, perdoemos quem nos odeia e nos prejudica, rejeitemos subornos e propinas, lutemos contra a tentação da riqueza, da ostentação e da vaidade, choremos pelos perdidos.

Não seja um sujeito estranho e, ao mesmo tempo, igual aos demais descrentes, meu querido irmão; torne-se, cada dia, bem diferente do padrão desse mundo. Não seja um “alienígena”, pois Deus quer que sejamos diferentes, e não esquisitos.




Luiz Sayão é pastor da Igreja Batista Nações Unidas (São Paulo, SP), é tradutor da Bíblia, tendo coordenado a publicação da Nova Versão Internacional, entre outros projetos. Atualmente, coordena a publicação da primeira Bíblia Brasileira de Estudos da Editora Hagnos.


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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CULTUANDO A DEUS EM ESPÍRITO E EM VERDADE

Deus é cultuado não pelos nossos humores, se são bons, mas mediante ações sinceras, na vida.

No entanto, mesmo mediante ações sinceras, facilmente a gente pode mergulhar no caminho da auto-justificação e da justiça própria. Por isto, até mesmo a sinceridade de culto, se não acontecer mediante ações que se percebem como fruto da Graça, podem se tornar em
auto-exaltação e tentação.

Somente com total consciência de que até a sinceridade de ações é dom de Deus, é que podemos viver em sinceridade sem que a sinceridade se torne a nossa própria virtude, mediante a qual creiamos que Deus se sente “obrigado” a nos reconhecer como adoradores verdadeiros.

Tais ações de sinceridade, por esta razão, não podem ser praticadas como quem faz o trabalho de Deus, pois, se assim for, em pouco tempo estarei cultuando meu trabalho a Deus, e não mais a Deus.

Portanto, minhas ações para Deus não devem ser ações para a Causa de Deus, mas sim por Causa de Deus.

O culto a Deus, portanto, não é feito de ações Para a Cauda divina, mas em razão de nosso amor por Deus como Causa de nossa existência, e como sua Finalidade.

Assim, o culto em espírito e em verdade não acontece num lugar fixo (nem em Jerusalém e nem no Monte Grezim), mas sim na vida, ao ar livre, enquanto a gente vai, vive e existe no Caminho.
Isto porque o culto que Jesus busca não acontece como ritual religioso, mas como uma vida que expressa a alegria da reconciliação com Deus e com os homens.

Assim, sabendo dessas coisas, veja que o seu culto a Deus seja realmente culto a Deus, e não, de fato, uma expressão religiosa do narcisismo que cultua a si mesmo, só que pretensamente em nome de Deus.














terça-feira, 20 de novembro de 2012

“Confissões & Confusões” em um gabinete pastora


Gostei muito desse texto que resolvi publicar aqui no blog. Boa Leitura!

Carlos Moreira
Talvez daqui há alguns anos eu escreva um livro só com as “pérolas” que ouço semanalmente no gabinete pastoral. Já pensei até no título: “Confissões & Confusões”.

A bem da verdade, uma das atividades mais desgastantes da vida de um ministro do Evangelho é o aconselhamento. Digo isto porque é impossível ouvir os dramas e dores das pessoas sem, de alguma forma, não se envolver com eles.

Mas a “escuta terapêutica” vem desaparecendo, gradativamente, das funções dos ministros ordenados e isto, para mim, tem um único motivo: escutar pessoas requer um investimento grande de tempo e, “desgraçadamente”, não gera dinheiro. Por isso, muitos pastores têm optado em fazer um curso superior de psicologia, pois aí podem cobrar pelo atendimento profissional.

Pois bem, esta semana eu me vi diante de uma situação muito freqüente quando ouço pessoas: a suposta “obrigação” de ter de dizer ao indivíduo se ele deve ou não fazer algo. Concretamente, a questão me foi posta da seguinte forma: “pastor, depois de ter ouvido tudo o que eu disse, me responda sinceramente: isto é de Deus ou do diabo?”. “Bem”, respondi, “nem de um nem do outro, muito pelo contrário!”.

E prossegui... “Meu amigo, eu não sou feiticeiro, nem adivinho, não possuo bola de cristal, não jogo búzios, nem leio cartas. Portanto, não estou aqui para lhe dizer como será o amanhã nem muito menos para lhe dar uma “profetada”. Posso sim lhe ajudar a refletir sobre alguns “cenários” possíveis, e isso a partir de suas escolhas. Mas saiba: a decisão final será sempre sua e somente sua”.    

E continuei... “Outra coisa que preciso lhe esclarecer é que nem tudo na vida se resume a ser de Deus ou do diabo. Na verdade, a maioria das coisas são “do homem”, ou seja, ganham materialidade a partir da projeção das “sombras” que existem em nós, pois, segundo Tiago: “cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar... pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites””.

De forma objetiva, o que quero aqui esclarecer, é que a tradição cristã, infelizmente, está impregnada deste tipo de pensamento que nada mais é do que o dualismo grego. Foi a partir da influência desta filosofia que a existência acabou sendo reduzida a algo binário: zero ou um. Em outras palavras, tudo passou a ser ou de Deus ou do diabo.

O Dualismo grego é uma espécie de dialética hegeliana sem a síntese, ou seja, ele só tem tese e antítese. Separa o físico do metafísico, o sensível do espiritual, o bem do mal, a unidade da pluralidade.

Muitas destas idéias estão centradas em Platão, pois, para o filósofo, o mundo estaria dividido em duas esferas: a superior e a inferior. O nível mais elevado consistia das idéias eternas. O nível mais baixo era formado pela “matéria”. Esta, por sua vez, era temporal, física e imperfeita. 

É por este motivo, por exemplo, que Platão localiza o trabalho no reino inferior. Para ele, existia um reino espiritual separado e distinto do reino físico. Por isso, quanto mais espiritual a pessoa fosse, menos ligado à matéria estaria. No dualismo grego, o ambiente profissional era “carnal”, pois tratava das “coisas terrenas”, tais como o dinheiro.

Agora uma pergunta: você já viu este tipo de “pensamento” presente na igreja? Mais é claro que sim! O que você talvez não saiba é sua origem. Então vamos “mergulhar” na história...  

A partir do século IV, a cosmovisão cristã começou a sofrer forte influencia do neoplatonismo, desenvolvido por Plotino. Tratava-se de uma doutrina que preconizava, dentre outras coisas, o abandono do mundo material para que o espírito pudesse unir-se a uma “entidade superior”.

Pois bem, a “porta de entrada” do neoplatonismo no “pensamento cristão” se deu através de um de seus mais ilustres representantes: Santo Agostinho. O bispo de Hipona foi, talvez, o principal responsável pela adaptação das idéias de Platão de tal forma a que elas pudessem servir como argumentação filosófica para a apologética da fé cristã.

Um dos desdobramentos desta tradição, durante a idade média, impunha aos clérigos a necessidade de atestar sua espiritualidade através de votos de pobreza, de castidade e de obediência. Era a negação dos “elementos” do “reino inferior” com vistas a se alcançar uma “espiritualidade elevada”, ou seja, era a ataraxia estóica grega simbiotizada com a fé judaico-cristã.  

Agora quero lhe fazer uma proposta: olhe para a vida com estas “novas lentes” e, talvez, você comece a perceber que o dualismo não tem nada a ver com o Evangelho. Essa separação de mundo espiritual do mundo material é pagã, e não cristã. É dela que surgem conceitos tais como: "coisas de Deus" e "coisas do diabo"; arte sacra e arte profana, música gospel e música do mundo, coisas espirituais – orar, jejuar, pregar – e coisas "carnais" – trabalhar, se divertir, se exercitar.  

Fico feliz em saber que a proposta de Jesus é de ressignificação de minha consciência de tal forma a que eu encarne os valores e verdades do Reino. Deus é soberano sobre tudo, tanto o que é natural quanto o que é espiritual, pois, para Ele, as duas dimensões são uma coisa só. Por isso, o que sei é que devo ser santo, como santo é o Senhor, tanto na faculdade quanto na igreja, tanto no trabalho quanto na reunião de oração, tanto no campo de futebol quanto na escola dominical!

E saiba: nem tudo é “coisa do diabo”, como também nem tudo é “coisa de Deus”. Há, pois, “coisas que são do homem”, ou seja, escolhas e decisões que são tomadas no chão da vida e que trazem, por si mesmas, as suas conseqüências, seja para o bem, seja para o mal.

Na parábola do “Bom Samaritano” o caminho era um só, e todos iam por ele: tanto os salteadores quando o transeunte agredido, o levita, o sacerdote e o samaritano. A única diferença era a forma como cada um deles caminhava. Por isso, nunca se esqueça: o Caminho está dentro do caminho...


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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Era das Estrelas Gospel está chegando ao fim!



Hermes Fernandes

Não sou saudosista. Mas devo admitir que foi-se o tempo em que o púlpito não era palco nem palanque, e a congregação não era platéia, nem tampouco o pastor era considerado um showman. Foi-se o tempo em que cantores que se dedicavam a louvar a Deus não tinham fã clube, e nem sabiam o que significa tietagem após sua apresentação. Mesmo porque, não havia performance, e sim, culto. Todos os holofotes eram voltados para Deus. E os únicos aplausos que esperava ouvir vinham dos céus.

O sonho de conquistar o mundo para Cristo foi substituído pelo sonho de tornar-se num mega-star gospel.

O dinheiro antes investido para enviar missionários para o campo, agora é usado na construção de suntuosas catedrais, com suas cadeiras acolchoadas, para oferecer conforto à crentes almofadinhas.

Mas tudo isso está prestes a acabar. O mercado gospel está ficando saturado. Ninguém suporta mais patrocinar os projetos megalomaníacos dessas estrelas.

Cada vez mais, os cristãos estão se conscientizando de que seu papel não é o de manter esta indústria religiosa, que se apresenta como ministérios, e sim, de trabalhar pela transformação do mundo.

Chega de fogueiras santas! Chega de fogueiras de vaidade!

Chega de estratégias evangelísticas mirabulantes. Que o importante seja o que é certo, e não o que dá certo.

Chega de busca por títulos e fama. Que se busque servir em vez de ser servido.

Voltemos ao velho e bom Evangelho, sem invencionices. Voltemos ao discipulado, sem a pressão pela multiplicação. Deixemos que Ele acrescente em número, enquanto nós focamos a qualidade de nossa vivência cristã.

E que os milagres aconteçam em ambientes domésticos e seculares, no dia-a-dia, e não a granel, no atacado, como tem sido anunciado nos programas neo-pentecostais.

Está chegando o tempo em que o Evangelho será espalhado por toda a Terra, não através de eventos extraordinários, marchas, cruzadas, mas através de gente anônima, ilustres desconhecidos, que ofuscarão o brilho daqueles que se acham indispensáveis na expansão do Reino de Deus, e isso, sem chamar a atenção para si.

Pronto! Falei! Estava entalado...

Viva o novo tempo!


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terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Igreja Brasileira e a Sindrome de Nimrode


Achei esse texto muito bom, por isso decidi postar aqui também. Boa Leitura!!!

Por Leonardo Gonçalves

                                                   [Imagem: Torre de Babel, de Pieter Bruegel]

Quando Deus criou o homem, o fez com um propósito. Ele desejava que este se espalhasse por toda a terra, levando a sua imagem, semelhança e glória (Gn 1.8). Foi em Gênesis 11.4 que os homens se rebelaram contra o designo e decidiram fincar o pé em um lugar só ao invés de se espalhar. Eles desejaram ter seus nomes conhecidos em um crescimento localizado. Liderados por Nimrode, estes homens se ajuntaram em Babel, com o intuito de fazer notória e grandiosa a sua obra a fim de obter fama ao invés de se espalharem sobre a terra. Algo muito semelhante pode ser visto na igreja brasileira contemporânea. A cada dia que passa, podemos perceber um maior número de pastores, líderes e denominações acometidos da síndrome de Nimrode. Eles desejam a fama antes de qualquer coisa, querem tornar seus nomes conhecidos, levantar a bandeira dos seus ministérios, exaltar suas denominações, tudo isso através da construção se suntuosos templos, formando ao redor de si um império, ao invés de se preocuparem em levar a glória do evangelho aos continentes e ilhas remotas.

O plano de Deus, de Gênesis ao Apocalipse, sempre foi resgatar a humanidade perdida em todos os cantos da terra. Vemos no capítulo 12 de Gênesis a revelação do evangelho para todas as famílias da terra. Todos os povos da terra seriam abençoados em Abraão (Gl 3.6-8). Infelizmente os seus descendentes, a linhagem de Israel, cometeram o grave erro de pensar que Deus era propriedade exclusiva deles; esta nação jamais teve uma visão missionária como Deus queria. O que segue então é a história de um povo que, apesar de escolhido por Deus, conseguiu distanciar-se do criador e do seu plano para as suas vidas, apropriando-se da Lei de Deus - que tem como base o amor (Mt 22.37-40) – e transformando em uma religião legalista e exagerada, que promove mais escravidão que libertação. Israel enfurnou-se, trancou a porta da salvação para eles e para outros, e ao invés de proclamar a glória de Deus entre os povos (Sl 67.2-3; Sl 96.1-3), passou a odiar os gentios e samaritanos.

É impossível fazer uma leitura do episódio do Antigo Testamento e não traçar um paralelo com a igreja brasileira contemporânea. Infelizmente, nossos pastores estão mais preocupados em construir impérios do que contribuir com o reino de Deus. A maioria não quer investir em missões simplesmente porque a igreja fundada no exterior não pode ser legalmente incluída no patrimônio da igreja mãe. Não bastasse isso, existe ainda o preconceito. Conheço um missionário que, depois de um período de grande escassez no campo, regressou a sua igreja com um pedido de auxilio financeiro. O pastor, entre tantas desculpas que poderia ter dado, preferiu ser franco, direto: “Eu vou pegar o dinheiro da igreja e gastar com índios? Larga mão de mexer com esse povo e vem logo pra cá, porque aquilo lá não é gente não! Eu vou investir aqui, onde o meu povo pode ver”. Basta um par de horas conversando com este missionário para perceber a profunda ferida gerada por este pastor. Passaram-se dois anos e a chaga ainda não cicatrizou.

Tal como Nimrode, a igreja brasileira (salvo raríssimas exceções) já não possui nenhuma noção do Reino dos Céus, mas continua a congregar-se ao redor dos edifícios (caríssimos), pensando que eles servirão de ponte entre Deus e nós (Gn 11.4). Não existe preocupação com valores espirituais: nossas comunidades só se preocupam com bens materiais, com cargos e poder. Nós confinamos Deus ao nosso gueto denominacional, e não estamos dispostos a ser espalhados pelo mundo a levar o evangelho de Cristo.

Mas para onde este descaminho irá nos levar? Creio que a resposta a essa questão pode ser encontrada na própria bíblia. Jesus declarou que muitos judeus tinham se tornando filhos do próprio diabo (Jo 8.44), tudo porque eles não estavam interessados em entrar no céu, nem facilitavam a entrada de outros.

Desperta, igreja! Desperta!

Retirado do site:
http://oproponente.blogspot.com.br/2010/06/por-leonardo-goncalves-imagem-torre-de.html

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

5 mentiras que a "igreja" me contou


A vida cristã e as falsas promessas

Promessas. Vivemos num mundo que perdeu a consideração pela palavra falada. Se te prometeram alguma coisa, que foi não foi registrado por escrito, isto não tem o menor valor para nossa sociedade. Entretanto, nem sempre foi assim, mas houve um tempo no qual as palavras faladas tinham peso, e alguém poderia morrer caso não cumprisse o prometido.

Talvez, por saudosismo, ou por teimosia mesmo, algumas pessoas ainda vivem de acordo com este paradigma. E fazem muito bem, afinal Jesus nos desafiou a darmos credibilidade às nossas palavras quando disse que nosso “sim” deveria ser SIM, e nosso “não” deveria ser NÃO. Nada de meias palavras ou promessas vazias.

Acontece que este trauma pela falta de credibilidade das palavras faladas tem levado muitos cristãos a prometerem coisas que Deus nunca prometeu, ou pior, dar credibilidade a uma ideia que jamais foi pretendida por nenhum escritor bíblico.

Recentemente vi numa dessas fan pages do Facebook a seguinte frase: “Quem tem promessa de Deus não morre antes de ver todas elas cumpridas em sua vida”. Este tipo de argumento na Filosofia é chamado de falácia. Uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega (Wikipedia). É um argumento ineficaz, pois sabemos que existem muitos cristãos que morrem no mundo todo que não chegaram a ver seu filho de volta ao Evangelho, por exemplo. Portanto, não há como comprovar que esta ideia seja verdade se apenas um cristão morrer nestas condições. O que diríamos dele? Que não tinha promessas?

Este argumento, além de ineficaz, é também inconsistente e não possui fundamento nas Escrituras. Ora, se a frase acima se propõe a ser um “Pensamento de crente”, de acordo com a descrição da Fan Page no Facebook, é de se esperar, no mínimo, que tenha seu alicerce na Bíblia, o livro dos crentes. Logo, vamos ver o que a Bíblia diz sobre Promessas e morte. O livro de Hebreus no capítulo 11 nos traz a galeria dos heróis da fé. E bem no finalzinho do capítulo o autor diz que todos eles, apesar do seu testemunho de vida, morreram sem alcançar a promessa. Portanto, a frase em destaque, embora sirva como uma espécie de autoajuda, não reflete o padrão bíblico, especialmente em virtude da maioria dos textos bíblicos terem sido escritos quando os cristãos passavam por grandes períodos de perseguição e ameaças de morte.

Logo, ao promover este tipo de pensamento, alguns cristãos perpetuam a falta de credibilidade da palavra falada ao transformar as palavras da Bíblia em promessas vazias que jamais serão cumpridas pela simples razão que nunca foram, de fato, uma promessa.


Read more: http://www.juvemetodista.com.br/2012/10/5-mentiras-que-igreja-me-contou-03.html#ixzz29hHnndnk

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O QUE É MISSÃO?


Existe hoje uma confusão generalizada no meio dos cristãos, a respeito do que é missão. Assim como antigamente, hoje tudo se convencionou chamar demissão. Ora se tudo é missão, nada é missão, diz Stephen Neill.
Tentar definir missão não é tarefa fácil. É claro que houve uma evolução natural do termo a ponto de "missão" incluir tudo, porém sem se identificar com esse todo. Pôr exemplo missão não é sinônimo de evangelismo, pois se tudo que a Igreja fizer for chamado de evangelismo, então nada é realmente evangelismo.
Na realidade "missão" significa atividade divina que emerge da própria natureza de Deus. Foi o Deus vivo quem enviou a seu filho Jesus Cristo ao mundo, que enviou pôr sua vez os apóstolos e a Igreja. Enviou também o seu Espírito Santo à Igreja e hoje envia aos nossos corações.

É daí que surge a missão da Igreja. Ela é resultado da própria missão de Deus, portanto devendo a missão da igreja ser modelada pela missão de Deus. Para que todos nós entendamos a natureza da missão da Igreja,precisamos entender a natureza da missão do Filho. Não podemos pensarem missão como um dos aspectos do ser Igreja, como um departamento, mas como afirma o Dr. J. Andrew Kirk, "a Igreja é missionária pôr natureza a ponto de que, se ela deixa de ser missionária, ela não tem simplesmente falhado em uma de suas tarefas,ela deixa de ser Igreja."


Para nós entretanto, não nos resta outra opção a não ser entender a missão aluz do ministério de Jesus. O que implica em dizer que missão é ser enviado; "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio a vós" (João 20:21). Primeiramente ao mundo. Johannes Blauw, em a Natureza Missionária da Igreja, diz que "Não há outra Igreja, que não a Igreja enviada ao mundo".Fomos enviados para que nos identifiquemos com outras pessoas, pois de fato o que Jesus fez foi se identificar conosco assumindo nossos pecados, experimentando nossa fraqueza, sendo tentado e morrendo a nossa morte. Somos enviados pôr Cristo para encarnar as necessidades das pessoas, necessidades espirituais e materiais num mundo cada vez mais hostil.

Em segundo lugar, se compreendermos a missão de Jesus corretamente, vamos descobrir que ele veio ao mundo também com a missão de servir. CharlesVan Engen ao citar Dietrich Bonhoeffer diz, "a Igreja existe para a humanidade no sentido de ser o corpo espiritual de Cristo e – a semelhança de Jesus – é enviada como serva". Marcos 10:45 diz que "o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". A nossa missão como a dele deve ser uma missão de serviço.

Quero concluir com um outro texto de John Stott dizendo que: "Missão, antes de tudo, significa tudo aquilo que a Igreja é enviada ao mundo para fazer."Sendo que na sua caminhada ela deve mostrar a vocação da sua missão queé ser enviada ao mundo para ser Sal da terra e enviada ao mundo paraque lhe sirva de Luz do mundo.

domingo, 7 de outubro de 2012

Escritora holandesa, falando sobre o Brasil. TEXTO BÁRBARO...LEIAM!

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’.

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos...

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc… Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.


4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.
9. Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas..
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? :)
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!"






quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dez razões para ser (ou não) um missionário



"Você adora Deus com todo o seu coração e é consumido pelo desejo de anunciar sua Glória"
Dez motivos para não ser um missionário:

1. Você quer que as pessoas pensem que você é aventureiro, corajoso e nobre;

2. Você tem medo de compartilhar o evangelho com pessoas da sua própria cultura;

3. Você deseja “civilizar” outras culturas, especialmente de acordo com a sua própria civilização;

4. Você já tentou outras coisas e não sabe mais o que fazer;

5. Você pensa que isso finalmente te trará a satisfação e a paz que você tem procurado;

6. Seus pais eram missionários e você quer continuar os negócios da família;

7. Você deseja ver o mundo;

8. Sua igreja é muito voltada para missões e você não quer parecer menos espiritual por não fazer o que todo mundo também está fazendo;

9. Você gosta de construir casas para as pessoas;

10. Você pensa que isso te fará mais justo perante Deus.



Dez motivos para ser um missionário:

1. Você adora Deus com todo o seu coração e é consumido pelo desejo de anunciar sua Glória para todos os povos;

2. Você ama compartilhar o evangelho com os não crentes ao seu redor e gostaria de fazer o mesmo em outra cultura;

3. Você deseja ver o arrependimento e a fé que vem de Deus salvando uma cultura tão necessitada quanto a sua;

4. Você sente um chamado irresistível para pregar o evangelho e compartilhar o amor de Deus em outro país, e amigos seus que são maduros na fé também vêem esse caminho para você;

5. Você sente tanta alegria e satisfação em Jesus que não consegue simplesmente não querer servir os perdidos ao redor do mundo;

6. Deus usou seus pais missionários para fazer crescer em você um amor pelos eleitos de Deus espalhados pelo mundo que nunca ouviram o evangelho;

7. Você quer ver o mundo cheio da alegria e da glória de Deus;

8. Sua igreja muito voltada para missões te convenceu que seus medos e seu egoísmo estão te impedindo de perseguir sua vocação missionária;

9. Você gosta de plantar igrejas que ensinam e doutrinam seus próprios membros para diversos serviços;

10. Você é justo perante Deus mediante Jesus Cristo e deseja compartilhar essa mesma verdade com os outros. 

Traduzido por Filipe Schulz 

Fonte: Iprodigo 

Por que a evangelização é imperativa?


"A evangelização não é uma opção, mas um mandamento. A grande comissão foi repetida em todos os Evangelhos e também no livro de Atos."
Todos aqueles que foram alcançados pelo evangelho são enviados a compartilhar o evangelho. A evangelização não deve ser apenas um programa da igreja, mas um estilo de vida de todos os crentes. Vamos, agora, analisar algumas razões pelas quais a igreja deve estar engajada na evangelização.
Em primeiro lugar, porque o homem sem Cristo está perdido. Nenhuma religião pode salvar o homem. Nenhum credo religioso pode reconciliar o homem com Deus. Nenhuma obra feita pelo homem pode atender as demandas da lei de Deus. Do religioso ao ateu e do doutor ao analfabeto, todos os homens estão irremediavelmente perdidos. A Bíblia diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Diz ainda que o salário do pecado é a morte. O homem está morto em seus delitos e pecados e assim como um morto não pode dar vida a si mesmo, um pecador não pode salvar a si mesmo. O nome de Jesus é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é o único Caminho para Deus, a única Porta de entrada no céu, o único Mediador entre Deus e os homens. Jesus é o Salvador do mundo.
Em segundo lugar, porque o evangelho é a única boa nova de salvação. Há muitas religiões no mundo, cada uma com sua doutrina e sua prática. Todas elas, exceto o Cristianismo, ensinam que o homem deve abrir um caminho da terra para o céu. Mas, a salvação não é uma conquista do homem, mas uma oferta da graça. O céu não é conquistado pelo esforço das obras, mas recebido pela fé em Cristo. O evangelho é a boa nova de que Deus amou o homem não pelos seus méritos, mas apesar de seus deméritos. Amou-o a despeito de ser fraco, ímpio, pecador e inimigo. Amou-o e entregou seu único Filho para morrer pelos seus pecados. O evangelho está centrado não na obra que fazemos para Deus, mas na obra que Cristo fez por nós na cruz. O evangelho não aponta para o merecimento humano, mas para a cruz de Cristo, onde o Filho de Deus morreu por nós. O evangelho é o palco onde Deus revela seu amor e sua justiça. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Em terceiro lugar, porque a evangelização é uma ordem expressa de Deus. A evangelização é uma obra imperativa, intransferível e impostergável. O Senhor Jesus morreu na cruz, ressuscitou dentre os mortos e comissionou a igreja a ir por todo o mundo, levando as boas novas do evangelho a toda criatura. O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, a todo o mundo. Não podemos nos calar. Não podemos sonegar aos povos o evangelho. Nenhuma outra entidade na terra tem competência e autoridade para pregar o evangelho. Essa é uma missão da igreja. Deus não tem outro método. Cabe-nos levar o evangelho por todos os meios legítimos, em todo o tempo, em todos os lugares, sob todas as circunstâncias. Devemos pregar o evangelho no púlpito e na página. Devemos pregar o evangelho pela mídia e através das redes sociais. Devemos pregar nos lares, nas escolas, nos hospitais, nas instituições públicas, nos templos, nas praças, proclamando que Cristo veio como Pão para a nossa fome, como Água viva para a nossa sede, como Luz para a nossa escuridão, como sacrifício cabal pelos nossos pecados.
Em quarto lugar, porque Deus é glorificado na salvação dos pecadores. O propósito maior da evangelização dos povos é que esses povos todos glorifiquem a Deus e exaltem seu nome. O centro da obra evangelizadora da igreja não é o homem, mas o próprio Deus. Devemos evangelizar para arrebatar os homens do fogo e também porque é ordem de Deus. Mas, sobretudo, devemos evangelizar porque a salvação do perdido traz glória ao nome de Deus. Há júbilo diante dos anjos de Deus, no céu, por um pecador que se arrepende. Os salvos serão, por toda a eternidade, verdadeiros troféus da graça de Deus e, nos salvos, Deus será glorificado para sempre e sempre!

"Paulo foi o maior missionário da história da igreja."


Investigar o conteúdo da sua mensagem e a relevância de seus métodos é um desafio para a igreja contemporânea. Na busca do crescimento da igreja, não precisamos recorrer às novas técnicas engendradas no laboratório do pragmatismo, mas devemos nos voltar ao exemplo daquele que foi o maior bandeirante do Cristianismo. Algumas estratégias de Paulo merecem destaque:



 1. Paulo sempre buscou as sinagogas para alcançar os religiosos. Sempre que Paulo chegava em uma cidade, procurava ali uma sinagoga. Sabia que nesse ambiente religioso, judeus e pessoas tementes a Deus se reuniam para estudar a lei e orar. Seu propósito era argumentar com essa pessoas, a partir do Antigo Testamento, que o Jesus histórico é o Messias, o Salvador do mundo. Não podemos perder a oportunidade de pregar a Palavra nos templos, onde pessoas religiosas se reúnem, para expor a elas as Escrituras e por meio delas apresentar-lhes Jesus.
2. Paulo sempre aproveitou os lugares seculares para alcançar as pessoas não religiosas. Tanto em Corinto como em Éfeso, Paulo lançou mão desse recurso. Não podemos limitar o ensino da Palavra de Deus apenas aos locais religiosos. Em Corinto Paulo ensinou na casa de Tício Justo e em Éfeso, na escola de Tirano. Paulo ia ao encontro das pessoas, onde elas estavam. Era um evangelista que tinha cheiro de gente. Estava nas ruas, nas praças, nas escolas. Era um pregador fora dos portões. Ainda hoje podemos e devemos usar esses recursos. Podemos e devemos plantar igrejas, usando espaços neutros, como fábricas, escolas e hotéis. Muitas pessoas que, ainda hoje, encontram resistência para entrar num lugar religioso não oferecem qualquer resistência para ir a um lugar neutro.
3. Paulo sempre utilizou os lares como lugares estratégicos para a evangelização e o ensino. Paulo ensinava publicamente e também de casa em casa, testemunhando tanto a judeus como a gregos o arrependimento e a fé em Cristo Jesus. Paulo era um evangelista e um mestre. O lar sempre foi um lugar estratégico para o crescimento da igreja. Na igreja apostólica não havia templos. As igrejas se reuniam nas casas. E a partir desses núcleos, a igreja espalhou-se e multiplicou-se por todo o império romano. O lar deve ser uma embaixada do reino de Deus na terra, uma agência de evangelização e uma escola de discipulado.
4. Paulo sempre plantou igrejas em cidades estratégicas. Paulo foi um pregador fiel e relevante. Ele lia o texto e o povo. Conhecia as Escrituras e a cultura. Jamais mudou a mensagem, mas sempre buscou os melhores métodos para alcançar os melhores resultados. Por isso, fixou-se nas cidades mais importantes do império, porque estava convencido de que a partir dali, o evangelho poderia se espalhar para outros horizontes. Nas quatro províncias que Paulo plantou igrejas, as províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor, procurou sempre se estabelecer em lugares geográfica, econômica e religiosamente importantes, pois sabia que as igrejas nessas cidades tornar-se-iam multiplicadoras na evangelização mundial.
 5. Paulo sempre acreditou no poder da verdade para convencer e converter os corações. Paulo pregou com lágrimas, mas sem deixar de usar seu cérebro. Por onde passou, dissertou sobre a verdade das Escrituras e persuadiu as pessoas a crerem em Cristo. Ele dirigiu-se à mente das pessoas e tocou-lhes o coração. Paulo rejeitou a sabedoria humana, mas não a sabedoria divina. Ele não confiou nos recursos da retórica, mas usou todos os argumentos lógicos e racionais, na dependência do Espírito, para alcançar as pessoas com o evangelho. Hoje, à semelhança de Paulo, precisamos de pregadores que conheçam a verdade; pregadores que ousem pregá-la com clareza, exatidão e poder.




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Missões, um investimento com consequências eternas

Hernandes Dias Lopes
"Jesus, o Filho de Deus, deixou a glória que tinha com o Pai, no céu, e veio ao mundo, encarnou-se e habitou entre nós."
Veio como nosso representante e substituto. Veio para morrer em nosso lugar. Seu nascimento foi um milagre, sua vida foi um exemplo, sua morte foi um sacrifício vicário, sua ressurreição uma vitória retumbante. 

Jesus concluiu sua obra redentora e comissionou sua igreja a ir por todo o mundo, proclamando o evangelho a toda a criatura. Por essa razão, a obra missionária merece nossos melhores investimentos. Destacamos, aqui, dois investimentos que devemos fazer na obra missionária:
Em primeiro lugar, o investimento de recursos financeiros. 
A Bíblia diz que aquele que ganha almas é sábio (Pv 11.30). 
Investir na obra missionária é fazer um investimento para a eternidade; é fazer um investimento de consequências eternas. Nada trouxemos para este mundo nem nada dele levaremos. Os recursos que Deus nos dá não são apenas para o nosso deleite. Devemos empregar, também, esses recursos para promover o reino de Deus, levando o evangelho até aos confins da terra. 

A contribuição cristã não é um peso, mas um privilégio; não é um fardo, mas uma graça. Deus nos dá a honra de sermos cooperadores com ele na implantação do seu reino. Não fazemos um favor para Deus contribuindo com sua obra; é Deus quem nos dá o favor imerecido de sermos seus parceiros. 

Estou convencido, portanto, de que a melhor dieta para uma igreja é a dieta missionária. Quando Oswald Smith chegou à Igreja do Povo, em Toronto, com vistas a assumir o pastorado daquela igreja, fez uma série de conferências de uma semana. Nos três primeiros dias pregou sobre missões. A liderança da igreja reuniu-se e disse ao pastor que a igreja estava com muitas dívidas e que aquele não era o momento oportuno de falar sobre missões. Smith continuou nessa mesma toada e no final da semana fez um grande levantamento de recursos para missões. O resultado é que aquela igreja, por longas décadas, jamais enfrentou crise financeira. Até hoje, ela investe mais de cinquenta por cento de seu orçamento em missões mundiais.
Em segundo lugar, investimento de vida. A obra de Deus não é feita apenas com recursos financeiros, mas, sobretudo, com recursos humanos. Fazemos missões com as mãos dos que contribuem, com os joelhos dos que oram e com os pés dos que saem para levar as boas novas de salvação. 

Tanto os que ficam como os que vão são importantes nesse processo de proclamar o evangelho de Cristo às nações. Os missionários que vão aos campos e as igrejas enviadoras precisam estar aliançados. William Carey, o pai das missões modernas, disse que aqueles que seguram as cordas são tão importantes como aqueles que descem às profundezas para socorrer os aflitos. Os que guardam a bagagem e os que lutam no campo aberto recebem os mesmos despojos. 

Devemos fazer missões aqui, ali e além fronteiras concomitantemente. Devemos empregar o melhor dos nossos recursos, o melhor do nosso tempo e da nossa vida para que povos conheçam a Cristo e se alegrem em sua salvação. 

Alexandre Duff, missionário presbiteriano na Índia, retornou à Escócia, seu país de origem, depois de longos anos de trabalho. Seu propósito era desafiar os jovens presbiterianos a continuarem a obra missionária na Índia. Esse velho missionário, numa grande assembleia de jovens, desafiou-os a se levantarem para essa mais urgente tarefa. Nenhum jovem atendeu seu apelo. Sua tristeza foi tamanha, que ele desmaiou no púlpito. Os médicos levaram-no para uma sala anexa e massagearam-lhe o peito. Ao retornar à consciência, rogou-lhes que o levassem de volta ao púlpito, para concluir seu apelo. Eles disseram: “O senhor não pode”. Ele foi peremptório: “Eu preciso”. 
Dirigiu-se, então, aos moços nesses termos: “Jovens presbiterianos, se a rainha da Escócia vos convidasse para ir a qualquer lugar do mundo como embaixadores, iríeis com orgulho. 
O Rei dos reis vos convoca para ir à Índia e não quereis ir. Pois, irei eu, já velho e cansado. Não poderei fazer muita coisa, mas pelo menos morrerei às margens do Ganges e aquele povo saberá que alguém o amou e se dispôs a levar-lhe o evangelho”. Nesse instante, dezenas de jovens se levantaram e se colocaram nas mãos de Deus para a obra missionária!