sexta-feira, 23 de março de 2012

Missão para as missões

A missão faz refletir à missão. Qual missão entre tantas missões estou sendo convocado? 



O cotidiano do missionário é carregado de surpresas e imprevistos, intercalado com a escuta orante da Palavra de Deus isso tudo leva-nos a pensar sobre o essencial e o conjunto da missão. 

Em África onde se fala e vive a pobreza absoluta, somos tentados fazer da missão um dar coisas, reformar antigas estruturas ou cair nas lógicas falidas de nosso mundo onde o dinheiro aparentemente resolva tudo. 
Missão para e não missão com.    Ao chegar vive-se este dilema. O que fazer? 

Nós missionários estrangeiros ainda somos vistos como aqueles que podem dar. Somos brancos, temos carro, casa bem situada e não nos falta comida e água. Muitos vem até nós com a expressão mackua “Mukivahe” que significa dá-me. Com mãos estendidas as crianças nos encontram vindo do mercado e nos dizem: “dá-me pão”. Se dermos pão a uma, outras aguardam nossa atitude e esperam também receber. 
Também nos pedem carona, medicamentos, dinheiro, emprego, cimento para construir capelas,   poços nas comunidades, apoio para pequenas associações, cadernos, canetas, bicicletas, pastas e há aqueles que pedem Bíblias, objetos religiosos e livros.

Residencia oficial da Base Catedral da Família 
As marcas deixadas pelo colonialismo português, acampado durante séculos, a situação de pobrezas sociais, a guerra civil, a situação política corrompida e as organizações não governamentais que aqui atuam, contribuíram e contribuem para esta mentalidade de receber. 

Os que chegam na missão em Moçambique passam por esta dúvida e por este teste: Dar ou não dar aquilo que te pedem. Quando lá estive fui e estou aprendendo  que é preciso dizer não, para dizer sim a um projeto de missão que construa e fortaleça pequenas comunidades ministeriais e autônomas (auto-sustentáveis).
A atitude de colocar-se como fraco, pobre e necessitado já é missão. Jesus nos recomenda: “Vão!...não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias”(Lc10, 3-4). 

A Missão evangélica se faz com meios pobres, sem barulho, sem arrogância de visibilidade e sem demonstração de força com meios poderosos onde transita altos valores econômicos. A atividade missionária dos discípulos de Jesus tem raízes pobres e atitude permanente de fé e confiança no Espírito que atua silenciosamente nos corações. 


A missão entre as missões carrega um conteúdo de paz e de anúncio de que o Reino chegou. “Digam primeiro: A paz esteja nesta casa!” (Lc10,5b); “curem os doentes e digam ao povo: O Reino de Deus está próximo de vocês” (Lc10,9). Deus envia para cidades e lugares onde Ele próprio devia ir. E lhes dizia: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos”(Lc10,2). 
Membros da igreja Catedral da Família Mafambisse
 Missão de colheita. O que significa? Antes de chegarmos aos lugares concretos de missão, Deus já chegou bem antes e fez todo trabalho da graça de preparar a terra, semear, limpar e fazer crescer. Basta de nós a paciência da espera, a escuta, o conhecimento do terreno, a identificação dos frutos e a colheita propriamente dita. 
Estando nas missões, ainda peregrina na busca do essencial da missão. O tesouro escondido do Reino onde habita corações apaixonados. 

Depois de algumas vivencias descobri que o mais importante não é dar coisas, mas dar a si mesmo e partilhar dons recebidos. Valeu atravessar oceanos na busca e na oferta daquilo que a traça e a ferrugem não podem destruir. “Busquem o Reino, e Deus vos dará todas as coisas como acréscimo” (Lc12,31). 
O meu sonho é que o projeto missionário que me enviou continue oferecendo de sua pobreza, missionários, irmãs, profissionais liberais para os necessitadas de Moçambique e também a outros países do continente africano. 
Não é hora de ter medo, o Pai de ternura que nos envia, cuida, veste, protege, ampara e alimenta seus filhos.  

Sigo nessa fé, sempre!!!


Suas palavras são as mesmas que as minhas: http://missaoemmocambique.blogspot.com.br/ 


segunda-feira, 19 de março de 2012

Missões e Adoração: Igreja em missão - Ricardo da Mota Leite

Missões e Adoração: Igreja em missão - Ricardo da Mota Leite: Definir “Igreja” pode ser simples. Poderíamos, dogmaticamente, dizer que igreja consiste no número dos eleitos, reunidos num só “Corpo”, ten...

E COMO OUVIRÃO, SE NÃO HÁ QUEM PREGUE?



1 – Querida Igreja, a Palavra de Deus nos diz: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.

2 – Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.

3 – Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

4 – Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram?

5 – E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?

6 – Mas Jesus já enviou a sua Igreja dizendo:

Todos: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

1 – O mundo hoje tem uma população de mais de seis bilhões de pessoas.

2 – Desses, cerca de 60% nunca ouviram falar de Jesus.

3 – De todas as línguas do mundo, 62% não têm nada traduzido da Bíblia!

4 – Se todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, como essas pessoas serão salvas?

5 – Não podem invocar aquele em quem não creram!

6 – A responsabilidade está sobre os ombros da Igreja, sobre os meus, sobre os teus ombros!

Todos: O que estamos fazendo para que estas pessoas cheguem ao pleno conhecimento da verdade?

1, 3, 5 – Eis que a vinda do Senhor se aproxima a cada dia.

2, 4, 6 – O tempo passa velozmente e não há mais tempo para ficar parado!

Todos: Cristo conta comigo e contigo para levar adiante esta obra!

1 – Na janela 10X40, temos 61 países que comportam cerca de 50% da população mundial. Sem acesso ao evangelho!

2 – Há 28 países muçulmanos, 7 nações budistas, 3 Marxistas e 2 países hindus, formando o maior aglomerado de povos não alcançados.

3 – Ali está a maioria dos seguidores das 3 maiores religiões do mundo: Islamismo, Budismo e Hinduismo.

4 – De cada 10 pobres na terra, 8 estão nessa região.

5 – A cada hora 10700 crianças nascem e morrem sem ouvir as Boas Novas do Evangelho

6 – 9 em cada 10 países mais pobres do mundo estão na África e 8 destes são parte do mundo menos evangelizado.

Todos: Mas como ouvirão, se não há quem pregue?

1 – Mas talvez você esteja pensando:

2 – São enviados tantos missionários, será que ainda é preciso mais?

3 – Pois fique sabendo que:

4 – Cada hora de esforço missionário resulta em 9.800 pessoas escutando o evangelho pela primeira vez;

5 – O resultado é a redução no mundo não evangelizado de 500 pessoas a cada hora, ou seja, pouco mais que 4 milhões de pessoas por ano.

6 – Nesse ritmo, para que só o Brasil fosse evangelizado, precisaríamos de cinqüenta anos!

Todos: Imagine o mundo todo?

1, 2, 3 – Não há mais tempo para ficarmos sentados em nossos bancos, enquanto milhões descem ao abismo sem conhecer a salvação!

4, 5, 6 – É obrigação minha e tua levar o evangelho a toda criatura!

2 – Indo!

5 – Contribuindo!

6 – Orando!

Todos: Se não podes ir, podes orar, pois a tua oração move o coração de Deus!

1 – E ele envia missionários!

4 – Ele levanta contribuintes e lhes dá condições!

5 – Ele opera salvação, sinais e maravilhas nas vidas daqueles que ouvem a Palavra!

Todos: Seja um missionário!

1 – Senhor, desperta em nós o desejo missionário!

2 – Ajuda-nos a entender e a cumprir a tua vontade aqui na terra!

3 – Ajuda os teus servos que estão em outros países levando a tua palavra!

4 – Inflama a tua Igreja com o teu poder. Aviva-nos, Senhor!

5 – Assim como tu vieste em resgate do homem caído!

6 – Assim como teu filho veio ao mundo para nos resgatar do pecado!

Todos Que possamos seguir o teu exemplo, Senhor, e levar a tua mensagem ao mundo! Pois, como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? Eis-me aqui, envia-me a mim!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Banalização da injustiça perpetua pobreza em Moçambique


O escritor moçambicano Mia Couto alertou para uma eventual "banalização da injustiça" que pode tornar "invisível a miséria material e moral", considerando que perpetua a pobreza e paralisa a história de Moçambique.

Falando na semana passada numa aula inaugural da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade Eduardo Mondlane, intitulada "Da cegueira colectiva à aprendizagem da insensibilidade", Mia Couto citou o exemplo do transporte semi-coletivo (vulgo chapa) que "circula superlotado com dezenas de pessoas que se entrelaçam apinhadas num equilíbrio inseguro e frágil" em Maputo.
"Aquilo parece um meio de transporte. Mas não é. É um crime ambulante. É um atentado contra a dignidade, uma bomba relógio contra a vida humana. Em nenhum lado do mundo essa forma de transporte é aceitável. Quem se transporta assim são animais. Não são pessoas. Quem se transporta assim é gado. Para muitos de nós, esse atentado contra o respeito e a dignidade passou a ser vulgar", considerou. 

Fila (bicha) para pegar o chapa

 Chapa caixa aberta (é um perigo, mas é o tipo de transporte mais comum)

Recentemente, as autoridades municipais da capital moçambicana, Maputo, autorizaram a circulação de viaturas de caixa aberta, sem licença para o exercício da actividade, visando responder à gritante falta de transporte que se regista nas horas de ponta.
"Achamos que é um erro. Mas aceitamos que se trata de um mal necessário dada a falta de alternativas. De tanto convivermos com o intolerável, existe um risco: aos poucos aquilo que era errado acaba por ser ´normal`. O que era uma resignação temporária passou a ser uma aceitação definitiva. Não tarda que digamos: ´nós somos assim, esta é a maneira moçambicana`. Desse modo nos aceitamos pequenos, incapazes e pouco dignos de ser respeitados", afirmou o escritor.
Mia Couto disse ainda que, nos últimos tempos, em Moçambique reina "um clima de impunidade", apelando a que se dê uma resposta de cidadania e cultura.
"Tenhamos uma resposta de cidadania, cultura, que impeça que essa gente tenha um reinado que possa fazer e desfazer, como se nós fossemos o tal gado que é transportado nas traseiras de um chapa", defendeu.
Para Mia Couto, "há muitos que olham para o país como se fosse um ´chapa`, aliás, "eles guiam o país como se guia um chapa, não obedecem leis, passam à frente, tendo carros à frente, e o povo é aquele que vai atrás e eles não conhecem e não se importam que morram" em acidentes.
"Se convertermos isso - e a lógica é esta e isso é que é o drama: é que essa gente que está a ser conduzida nos ´chapas` sabe que pode morrer, mas não deixa de andar no chapa, não deixa ela própria de mandar parar o ´chapa`. Quando isso acontecer, provavelmente, alguma coisa poderá começar a mudar", considerou o escritor.

Crianças desfrisam cabelo para atrair pretendentes a mando das mães



Ster Jemusse, de nove anos, senta-se, apoiada nos pés, símbolo de respeito, e assiste a um bailado de "valimba", uma dança tradicional para alegrar a chegada duma autoridade à região. O seu cabelo desfrisado revela a importância do momento.
"A minha mãe desfrisou o cabelo para eu ficar mais bonita. Eu e minha irmã mais velha (tem 13 anos) cuidamos do cabelo sempre que vamos à escola ou saímos para passear, apenas usamos lenço quando for para acarretar água" disse à Lusa Ster Jemusse, em pleno mato no centro de Moçambique.


Nos distritos de Machaze e Mossurize, na região sul de Manica, centro de Moçambique, as crianças usam pedra em brasa e óleo vegetal, de cozinha, para desfrisar o cabelo, para ficarem mais bonitas e assim se candidatarem ao casamento, pois, diz-se, essa atitude mostra a maturidade da mulher.

A pedra é aquecida numa fogueira, geralmente de lenha, até ficar em brasa. Depois retira-se, passa-se no óleo vegetal e esfrega-se levemente sobre o cabelo, até este ficar com uma forma lisa.

"Aquece muito a cabeça na hora que passam a pedra, mas não dói por muito tempo. Não sei porque a minha mãe me disse para pôr o produto mas acho que era para ficar mais bonita como outras meninas que estão aqui", disse à Lusa Rebeca Ezequiel.

Na região, o desfrisar do cabelo pode candidatar qualquer criança a um casamento prematuro, por via de lobolo, um ritual tradicional, que se resume no pagamento de um dote à família da noiva, em dinheiro e/ou gado, para legitimar um matrimónio. 
Várias crianças na região, sobretudo do sexo feminino, são obrigadas a casar muito cedo pelos progenitores (algumas são apalavradas no ventre da mãe), que procuram ganhar, do marido, dotes que variam de três a 15 mil randes (300 a 1.500 euros). Os homens pobres desbravam, a favor dos pais da noiva, inúmeros hectares de terra para serem aceites como genros.

As crianças com um pouco mais de poder económico, na maioria filhas de mineiros, usam produtos mais modernos trazidos pelos pais da África do Sul, mas não menos prejudiciais, segundo alertam as autoridades sanitárias da província de Manica.

"Tenho registado alguns casos de queimaduras na cabeça de crianças. Os casos com gravidade mando para o hospital de referência em Espungabera", a sede de Mossurize", disse à Lusa João Twenty, socorrista da região de Muchenezi, em Mossurize.

Não existem estatísticas oficiais do número de crianças que procuraram os serviços de saúde, após a aplicação do produto, mas as autoridades alertam para os riscos de queda de cabelo, danificação do couro cabeludo e aquecimento do cérebro.

"Porque a cabeça da criança ainda está em crescimento, o efeito da temperatura (da pedra e óleo) pode criar problemas de queda de cabelo na fase adulta, ou mesmo danificar o couro cabeludo se a pedra atingir a pele", explicou à Lusa a pediatra Ester Fernando.

Especialistas desaconselham a "prática rudimentar" para o tratamento de cabelo nas crianças e ou mesmo em adultos, por as temperaturas do aquecimento da pedra não serem benéficas, na medida que esta sai da brasa para a cabeça.

"No tratamento do cabelo há regras, que nesta prática não são observadas, por isso os danos estéticos e de saúde do próprio cabelo podem ser graves. Muitas poderão até ficar carecas na fase adulta", disse à Lusa a cabeleireira Elina Lopes.

Elina Lopes chama a atenção para a necessidade de se desenvolver uma campanha de sensibilização naquela população sobre os riscos de "procurar beleza em pedra e óleo".

Retirado do blog

quinta-feira, 8 de março de 2012

Missões



Cremos que Evangelismo, Discipulado e Missões fazem parte um do outro e estão tão interligados que é quase impossível separá-los. Em Mateus 28: 19,20, podemos ver o significado de cada um, dentro de uma única ordem de Jesus, que é pregar o evangelho a toda criatura e por todo o mundoensinando, ou seja, discipulando aqueles que se converterem. 

A diferença é que o evangelista prega o evangelho sem sair de sua igreja, trabalho, cidade, cultura e família e o missionário deixa tudo e sai para ganhar um povo e não apenas pessoas. Ele sente um chamado específico de Deus e aceita o desafio, deixando sua cultura para viver outra desconhecida, o que chamamos de Missões Transculturais.

É responsabilidade deste ministério, manter a Igreja informada sobre missões no Brasil e no mundo através de palestras, filmes e testemunhos, organizar campanhas, cultos e conferências com o objetivo de despertar a Igreja para a obra missionária. 

Manter contato com os missionários mantidos pela Igreja por meio de cartas, fotos, gravações, notícias, etc. Cuidar da assistência aos missionários dentro e fora de nossa cidade , suprindo suas necessidades tanto física como emocionais e espirituais.

MISSÕES TRANSCULTURAIS HOJE


DESENVOLVIMENTO
O centro dos povos não alcançados do nosso mundo 
subsiste em um espaço comparado a uma janela retangular no mapa mundi, geralmente chamado de “cinturão de resistência” (Is 9.1,2; Mt 4. 13-16).

Essa janela estende-se do Oeste da África ao Leste da Ásia, estando de 10 a 40 graus da Linha do Equador e por essa razão é conhecida como Janela 10/40, que compreende a maior parte do mundo mulçumano, indú e budista – bilhões de almas empobrecidas.

Em pleno século XXI, é necessário que os nossos esforços estejam localizados na evangelização da Janela 10/40.

 Esta Janela nos confronta com importantes considerações:
Primeiro – O significado histórico e bíblico;
Segundo – Os países menos evangelizados;
Terceiro – O domínio de três blocos religiosos;
Quarto – A predominância da pobreza;
Quinto – Os grupos étnicos lingüísticos não alcançados;
Sexto – As grandes metrópoles não evangelizadas;
Sétimo – As fortalezas de Satanás.

Nesta região do mundo (Janela 10/40), estava o jardim do Éden.
Adão e Eva viveram nesta região.
Babel, local da confusão das línguas também situava-se nesta região.

Os três grandes Patricas: Abraão, Isaque e Jacó também viveram ali.
Jesus Cristo nasceu, viveu, foi crucificado e ressuscitou de entre os mortos ao terceiro dia, também ali na região da Janela 10/40.

97% das pessoas dos países menos evangelizados vivem na Janela 10/40.
82% dos pobres mais pobres vivem na Janela 10/40.
Os últimos dados estatísticos nos mostram que cerca de 33% dos moradores da terra nunca ouviram falar de Jesus.

O quadro é mais ou menos assim:
Aproximadamente dois bilhões de pessoas seguem o Cristianismo, incluindo os cristãos nominais;
Dois bilhões já ouviram falar de Jesus pelo menos uma vez;
E dois bilhões, pelo menos, nunca ouviram falara de Jesus.

Como alcançar estas etnias no Século XXI?
Com a globalização as culturas mundiais ficam mais próximas, de forma que uma cultura absorve com mais rapidez os costumes de outra cultura.
O evangelista intercultural, para ter sucesso, precisa estar familiarizado com a cultura do povo que pretende evangelizar.

DEUS O CRIADOR DA DIVERSIDADE HUMANA
 Grupo Étnico – É um grupo sociológico significativamente grande, de pessoas conscientes de partilharem um vínculo comum (Gn 15.18-21; At 2.5-11).

Os seres humanos fazem parte de grupo culturais.  
Estes agrupamentos existem desde a confusão das línguas na Torre de Babel. Desde os tempos bíblicos até os atuais, com muita freqüência os seres humanos têm sido considerados em torno dos grupos étnicos a que pertencem sua tribo ou casta (Gn 11.1-8; Ap 7.9,10,14-17).

Na história moderna o surgimento do nacionalismo e da crescente urbanização, têm obscurecido as diferenças entre esses distintos grupo.
Essas diferenças porém, ainda persistem e podem constituir grandes barreiras ou boa oportunidade para difusão do evangelho.

Esta verdade é demonstrada claramente pelas palavras de Jesus em Mt 19,20 e Mc 16.15 – frequentemente citadas como a grande comissão.
Nossa habilidade para compreender o mandato de Jesus, depende de como vemos o mundo.

Aprendemos a ver o mundo de acordo com a organização das Nações Unidas, onde as Nações, Estados ou Países com fronteiras políticas determinadas pelo homem dividem as massas geográficas.

Aprendemos a ver o mundo de acordo com essas fronteiras. Mas, essa não é a forma como Deus vê o mundo. É por isso que Mateus ao usar a palavra “ethnos, gente ou povo”, em lugar de “País”, lembra-nos que o Senhor Jesus Cristo nos mandou “fazer discípulos de todos os povos”. 

Se vamos ser evangelistas interculturais fiéis e eficientes temos de ir a todos os povos, não apenas a todos os países.
É preciso pregar o evangelho em cada grupo étnico de modo que cada família e cada indivíduo tenha oportunidade de aceitar o Senhor Jesus Cristo.

Jesus não era sociólogo nem antropólogo mas entendia os princípios que regem estas áreas muito mais do que nós.
Organizou um grupo sólido, dedicado e coerente de discípulos, tirando-os de um único grupo étnico.
Ensinou-lhes a trabalhar em meio a seu próprio étnos, ou povo.

A seguir mandou-os “fazer discípulos de todos os etnos”,
Disse-lhes que estendessem o seu ministério até aos confins da terra (Mt 28.19; At 1.8).

Quando Jesus curou o endemoninhado gadareno na região de Decápolis, o homem quis seguí-lo como os demais. Mas Jesus lhe disse que fosse contar á sua família quão grandes obras o Senhor tinha feito por ele (Mc 5.1-20).

Jesus exerceu um ministério intercultural entre os samaritanos (Jo 4.39-42).
Os discípulos tiveram êxito na evangelização intercultural por causa da sua coesão, dedicação e habilidade em comunicar e viajar livremente pelo império romano e também pelo poder do evangelho demonstrado na vida deles.
Mas também tiveram êxito porque seguiram a ordem que Jesus havia estabelecido.
Fundaram igrejas em meio a seu próprio povo mas não se descuidaram da necessidade de outros grupos étnicos ouvirem o evangelho (At 11.19-2; 13.1-3).

Enviaram equipes de evangelistas através de fronteiras culturais, raciais e linguísticas, estabelecendo igrejas a enviar equipes missionárias a outros povos. De sorte que todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus (At 19.10-12).

Os próprios inimigos da obra reconheciam que os apóstolos haviam evangelizado o mundo com estas palavras e chegaram até eles (At 17.6: 19.23-27).

CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo era um judeu rico e culto, que sacrificou as tradições de seus antepassados, deixando tudo para a salvação do maior número de almas (Fp 3.5-8).
O Reino de Deus cresce à medida que os pecadores vão se convertendo ao Senhor Jesus. 

A igreja é a única agência do Reino de Deus escolhida pelo Senhor Jesus a levar a mensagem do evangelho a um mundo que perece por causa do pecado (Jo 15.16; Lc 24.46,47).


Texto escrito pelo Pr. João Barbosa da Silva e Mssª. Laudicéa Barboza 

Entenderemos agora o tempo e o porquê desta ordem

É uma estratégia que não é simplesmente geográfica, mas fundamentalmente cultural. Com "cultural" queremos dizer que os povos culturalmente definidos são nosso alvo, não regiões geográficas em si. A grande comissão manda fazer discípulos de todas as nações, etnias, segundo o texto original (Mt. 28:19). 


A tradução "nações" é um tanto infeliz, porque dá a ideia de países politicamente definidos, em vez de grupos étnicos ou povos culturalmente definidos. O mandamento é no sentido de discípular as etnias.


Este conceito está mais próximo da idéia bíblica e ilumina imensamente a tarefa missionária atual. No Brasil, há inúmeros grupos culturalmente distintos (veja o excelente filme da Visão Mundial sobre estes povos). Somente em São Paulo há um milhão de japoneses, 430.000 portugueses, 400.000 italianos, 200.000 chineses, 180.000 espanhóis e não poucos coreanos, ciganos, alemães, sírios e outros. No país há centenas de tribos indígenas. Mas, vamos pensar em termos mundiais. 


Os missiólogos dizem que há aproximadamente 24.000 povos culturalmente definidos no mundo. Metade destes ainda não possui uma igreja cristã que possa continuar o trabalho de evangelização. Ora, se atualmente a evangelização destes povos não pode ser realizada por eles mesmos, isto exige alguém de outra cultura para evangelizá-los. Precisa-se, então, de missionários transculturais, pois cristãos têm que cruzar barreiras culturais para alcançá-los.
No período que compreende o inicio da missão, vemos claramente que houve uma ordem de discípulos que permaneceram em Jerusalém e outros que se espalharam por toda a Judéia, Samaria e por fim aos confins da Terra.


O grande problema está na interpretação de quando é feito o trabalho em cada povo.
Ao dizer tanto em Jerusalém, existe uma exortação para não acontecer preconceito de cultura. Todos os ouvintes judeus atenderiam o seu próprio povo por serem extremamente patriotas e preconceituosos com relação aos que não são judeus.
Devemos entender a problemática que existe do povo que ouve a lei mosaica desde sua infância e são religiosos ao ponto de terem matado o Messias sem se darem conta.
Há por outro lado, alguns que são judeus por conversão mas pertencem a outros povos e a estes ha o pedido de Jesus no versículo 4 de Atos 1, ou seja, que não se ausentassem até que...


Se existe esta exortação não é em vão. Com certeza haviam entre eles aqueles que já queriam regressar para suas regiões.
Logo depois da exortação vem a resposta do tempo que isto deveria durar: até que...
Ou seja, depois que houvessem recebido a promessa do Pai, não estariam mais limitados a Jerusalém. Daí o trabalho precisa ser feito
ao mesmo tempo que.



Os apóstolos permaneceram em Jerusalém, mas outros discípulos voltaram para seus povos. Na capital da Judéia, Jerusalém, todos estavam cumprindo o evangelho. Havia comunhão, fervor do Espírito e conversões acontecendo. Pedro está defendendo a fé em Cristo com todo fervor. Após a entrada de Felipe na história é que vemos uma atuação eficaz em Samaria e então se narra toda a divulgação do Evangelho por diversas regiões.

Logo em seguida entra Saulo de Tarso na história, e então a partir de Jerusalém, que enviou os missionários, espalhou-se as boas-novas por todas as Regiões e a todo os povos. (Rm.15:19)

Jerusalém não parou seus trabalhos por causa da obra missionária. A igreja cresceu e prosperou ao mesmo tempo em que a expansão do Evangelho por toda parte.

Confins da Terra...Deus quer o conhecimento de seu Filho por todas as extensões de terra.

É simples de entender. Se a salvação do homem encontra-se única e exclusivamente em Cristo e Deus quer a salvação de toda a humanidade, então, eu preciso compreender que ou eu amo a missão de Deus juntamente com Ele ou eu não o amo. Todo e qualquer cristão que não se interessa por missões deve duvidar de sua salvação!

O que diz Romanos 10:14 é que há uma preocupação de que não há invocação entre os povos para a salvação e não está difícil de resolver a situação. Os povos precisam de uma igreja que envie alguém que anuncie Jesus de uma forma que os que ouvem entendam e creiam afim de que invoquem a Ele.

Se nós não estamos preocupados com este envio, logo estamos dizendo que não nos importamos com a perdição destes milhares de povos que morrem sem invocar o Nome do Senhor.

Será que é justo nós termos uma igreja perto de nossas casas e às vezes cinco igrejas em volta da nossa e podermos ir ouvir o Evangelho quatro vezes por semana, sendo que existem povos ao mesmo tempo em que não sabem quem é Jesus e nunca ouviram falar de que existe salvação?

Nós somos igreja de Cristo na Terra e embaixadores d'Ele! Não foi em vão que Ele nos encheu de seu Espírito Santo. Somos uma igreja pentecostal, mas não para apenas participarmos de cultos. Fomos impactados para levarmos o Evangelho, Testemunho Fiel de Cristo aos povos.

Acredito que uma das razões do porque não estar acontecendo Batismos com Espírito Santo em nossas igrejas é justamente porque não há nenhum interesse da extensão da igreja em muitos de nossos membros!

Hoje temos dificuldades de colocarmos irmãos nas ruas para entregarem folheto, porque é que Jesus precisa encher nosso povo?

Jesus derramará do seu Espírito para falarmos em línguas apenas?

Devemos nos envolver com a igreja e urgentemente nos aproximarmos mais da obra transcultural! Deus quer voltar a batizar com seu Santo Espírito o povo que está em Jerusalém, mas está pronto para ir de encontro com seus conterrâneos e levar a boa-nova aos seus familiares. O Poder de Deus não está preso nem limitado. Deus está buscando homens e mulheres valentes que sinceramente estão dispostos pelos povos que estão além de si mesmos. (Rm.15:20)








Atos 1:8



[Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.]
Para iniciarmos um compreensão do texto vamos analisar as palavras e suas correspondentes:

Mas recebereis...quem receberá? Os discípulos de Jesus. A igreja reunida é quem recebe a promessa, nesta data o número de ouvintes era de 120 discípulos de Jesus.

Receber...indica que não temos e por isto precisamos receber. Logo precisamos compreender 1 Co.4:
[" Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?"] ou seja, não devemos nos vangloriar
 de algo que não é nosso, pois recebemos.

Receber poder... no original é Duna mis: receber poder capaz de reproduzir-se como num dínamo ou gerador.

Este poder está ligado com o restante da frase que diz: ao descer sobre vós o Espírito Santo... Leiamos (Lc.1:35; 24:49; At.10:38; Rm.15:13 e 19; 1Co.2:4 e 5; 1Ts.1:5)

E ser-me-eis testemunhas... o recebimento do poder tem um objetivo e não é dado em vão. Jesus quer que seus discípulos testemunhem d'Ele. (Jo.14:26; 15:26; 2Tm.1:7-9;1Pd.3:15) e isto foi exigido (Lc.24:47 e 48) e cumprido (At.2:32 ; 3:15; 4:33; 5:32; 13:31; 22:15)