Se existe uma coisa que eu amo e me sinto
praticamente uma artista é no ato de conversar, jogar conversa fora, falar
seriamente ou simplesmente falar sobre coisa alguma..rs e por aqui tenho
descoberto pessoas maravilhosas para exercer essa arte tão antiga da
comunicólogia...haha
Simplesmente Mama Inês |
Mama Inês cozinhando |
A mama Inês é uma dessas raras pessoas que encontramos
pela vida e que sem saber é um material humano riquíssimo em experiências de
vida. Eu sempre fico conversando com ela e colhendo todas as informações sobre
a cultura de vida aqui da sua etnia Massena. E nesse post sobre a historia da galinha quero começar a escrever um pouco
do que tenho aprendido com ela. Mas antes vamos a alguma identificação dessa
grande mulher moçambicana.
A Inês é funcionaria aqui na casa missionária
e membro da Igreja Catedral da Família no Dondo. O marido lhe abandonou com três
filhas e desde então tem lutado como uma guerreira para sobreviver aos percalços
da vida.
A História da Galinha é bem simples, mas super
engraçada...rs
EU e Inês |
Bom começa assim: Dia desses a Inês matou uma
galinha para prepara uma Galinha Café Real e deixou o coração da galinha para
jogar no lixo, a missionária Natalia viu e pediu pra ela colocar na panela aquele
coração, então a Inês explicou que foi ensinada pela sua mãe para não comer o coração
porque pode ficar com medo igual à galinha, e todos deita no lixo essa parte
(deitar aqui significa jogar fora), então eu disse que na nossa cidade comemos
deliciosos espetinhos de coração, ela ficou perguntando se não tínhamos medo de
ficar medrosas.
Uma parte nobre da galinha |
Mas a informação chocante sobre a historia da
galinha foi saber que as mulheres dessa região são ensinadas a não comer as
partes nobres da galinha (coxa, miúdos, peito...), pois é uma ofensa ao marido,
essas partes da galinha somente os homens podem comer. Outra coisa interessante
é que as crianças podem comer apenas os pés, a tripa e a cabeça da galinha; as
mulheres e crianças jamais podem fazer suas refeições junto com o homem, isto é
no mesmo espaço, pois é um desrespeito com o homem e pode provocar
desentendimentos entre o casal se isso não for seguido pela mulher.
Inês me falou que mesmo depois que ficou sem
o marido não comia esses pedaços porque se sentia indigna de comer e então
oferecia para as suas crianças.
Mas atualmente depois que aprendeu as verdades
bíblicas ensinadas pela missionária Natalia sobre quão importante são às
mulheres para Deus, Inês aos 29 anos pode enfim saborear livremente os pedaços
nobres de uma galinha a coxa, o peito, o fígado e a moela sem culpa e com a consciência
tranquila.
A cada dia que passo convivendo com os irmãos moçambicanos tenho percebido o quanto
que o Evangelho é libertário principalmente na vida das mulheres aqui do Dondo. Em outros post vou escrever novas e diferentes historias
que tenho colhido das pessoas como mama Inês que mora neste país tão bonito e rico
de experiências chamado Moçambique.
Missionária Orcélia, Parabéns!!!! Não sabia deste blog e quando o Pr. Darley me mostrou fiquei muito feliz por termos notícias tão maravilhosas das coisas que estão acontecendo com vocês. Continue enviando mais notícias que estaremos publicando no site da Catedral. Inclusive a notícia sobre a visita do Presidente já está lá. Que Deus possa lhe abençoar ricamente. Abraço. Leandro e Dilma (Secretários de missões).
ResponderExcluirObrigado Leandro, estarei enviando sim todas as noticias...Continue segurando as cordas para nós que estamos aqui no campo, você e a Dilma são resposta de oração..Deus abençoe esse departamento.
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